O título deste artigo poderá parecer para muitos uma contradição, especialmente porque até o século passado, ao falarmos do futuro, nos referíamos aos jovens como o grupo em que depositávamos todas as nossas expectativas futuras do mundo.
No momento atual, estudos demonstram que, no Brasil, 54% dos idosos são mulheres e que um contingente significativo afirma não querer ter filhos. Seja pelo custo que os mesmos representam, em paralelo ao crescente ingresso do público feminino no mercado de trabalho. Também vale registrar o aumento de empresas que adotam uma política de recursos humanos intergeracional. Ou seja, mantêm em seu quadro de pessoal funcionários idosos que podem se juntar aos mais jovens em suas múltiplas atividades.
A cada dia que passa se constata a importância de que os idosos não apenas cuidem mais da sua saúde, mas também busquem conhecimento na área de tecnologia. Isso além do fato de que muitos manifestam sua opção de continuar trabalhando por uma questão de necessidade financeira. Nesse sentido, vale o registro de que aqueles que se aposentam dependendo da Previdência Social, sem uma reserva particular, terão – ou até já têm – muitas dificuldades para sobreviver. Ou, mais ainda, o desafio para manter o seu padrão de vida.
Cresce no mercado a oferta de produtos e serviços para idosos, o que permite prolongar a vida com qualidade. Também a literatura, estudos, e iniciativas que provocam o idoso a se cuidar o mais cedo possível tem tido um crescimento significativo.
Um exemplo digno de registro é a formação de “cuidadores de idosos” e geriatras. No Brasil, nosso índice ainda é muito restrito. Um estudo recente mostra que, em todo o país, existem, no total, três mil geriatras que não conseguem atender todas as demandas. Inclusive, existem estados que não têm nenhum especialista em saúde do envelhecimento.
Outro debate que ganha corpo é o quanto dessa população deverá continuar residindo em imóvel próprio, só ou com a família, e do surgimento de residências – temporárias ou permanentes – que têm se especializado em acolher esta população.
Algumas experiências, que estão se consolidando na Europa e Estados Unidos, são os chamados “bairros” para acolher pessoas com demência ou dependência. Na Europa, um país que tem se destacado nesse processo é a Holanda, com o chamado modelo ‘Hogeweyk’, já bastante consolidado.
Enfim, este artigo é apenas um alerta para que o assunto seja incluído nas agendas de conversas das famílias, empresas, governo, associações, hospitais e tantas outras estruturas da nossa sociedade.