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Você possui Inteligência Sustentável? | ESG

Redação
por Redação

Depois dos conceitos de Inteligência Emocional e Inteligência Artificial, a capacidade que o ser humano tem de entender as novas necessidades do mundo, raciocinar com base em questões ambientais, aprender com experiências naturais extremas e oferecer soluções para um planeta em transe exige pensar de acordo com os valores e as demandas de um novo tempo. Seja bem-vindo à era da Inteligência Sustentável.

Uma coisa é ter metas ambientais. A outra é estar preparado para atingi-las. Uma liderança alimentada pelo espírito da Inteligência Sustentável é hábil na visão de perenidade dos negócios, das pessoas e do planeta. Negócios que, diante de transformações rápidas, não temam pivotar continuamente e se reinventar em função de novas necessidades – para se sustentarem e se manterem duradouros, ainda que se tornem diferentes do que eram no início.

Se um dos pilares da inteligência emocional é “conhecer suas emoções”, na sustentável é reconhecer o mundo que nos cerca para compreender a reação dele aos nossos impactos. Se outro pilar é “controlar suas emoções”, na Inteligência Sustentável precisamos identificar o quanto uma liderança está disposta a implantar ações eficientes por um lugar mais habitável. Fazer da sustentabilidade, como na inteligência emocional, uma jornada em evolução incessante de autoconhecimento, e de conhecimento do ambiente.

Em um processo seletivo, o diretor da área de gestão de pessoas poderia solicitar ao candidato: conte uma situação em que teve que usar recursos de modo mais racional para reduzir sua pegada de carbono. Qual o seu maior defeito na construção de um mundo mais sustentável? Tem alguma pergunta final sobre nossa atuação ESG?

A inteligência verde mediria o quanto estamos aptos a construir relações saudáveis e a mobilizar os que estão à nossa volta na construção de hábitos seguros para a Terra. Em vez de um QI, um QIs, ou Quociente de Inteligência Sustentável, que jamais estaria dissociado da inteligência emocional, uma vez que a dificuldade de eliminar ou mitigar riscos ambientais também pode ser um fator de estresse para as relações humanas.

A Inteligência Sustentável pode se beneficiar ainda de outra inteligência, a artificial, sem deixar de lado o componente humano para o bem-estar no planeta. No Brasil, de acordo com informações deste ano da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a transição para a sustentabilidade pode gerar mais de 2 milhões de empregos até 2030, número equivalente quase à população de Fortaleza (CE).

A Inteligência Sustentável não é propriedade de uma indústria. Faz parte de todas elas e é capaz de produzir resultados de impacto. Segundo a Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI), o Brasil pode gerar US$ 592,6 bilhões a mais por ano com a Bioeconomia até 2050.

Hoje já não se cresce mais sem Inteligência Sustentável. Entre as organizações brasileiras que desse destacam em inovação, a Natura conserva na Amazônia uma área comparável a 12 vezes a da cidade de São Paulo, com programas de educação e agrofloresta. A Riachuelo lançou este ano uma coleção de moda circular, feita a partir do reúso de oito toneladas de resíduos têxteis de sua própria fábrica. Na Klabin, a substituição de combustíveis fósseis permitiu reduzir 67% de emissões de gases do efeito estufa para cada tonelada de produto fabricado, entre 2003 e 2021.

Esses são apenas alguns exemplos de como profissionais que pensam dessa forma têm feito a diferença. Na sua empresa, com certeza eles estão fazendo também. Seja bem-vindo à era da Inteligência Sustentável.

Thomas Gautier tem duas décadas de experiência em grupos internacionais e assumiu como CEO do Freto em 2021. O executivo iniciou sua carreira na França e tornou-se CFO da Repom, no Brasil, em 2013. Em 2017, virou diretor-geral da Repom e, em 2018, passou a ser Head de Logística do Grupo Edenred, quando, em sua gestão, o Freto nasceu.

Thomas Gautier tem duas décadas de experiência em grupos internacionais e assumiu como CEO do Freto em 2021. — Foto: Arquivo pessoal

(*) Disclaimer: Este artigo reflete a opinião do autor, e não do jornal Valor Econômico. O jornal não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações.

Fonte: Externa

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