BRAIP ads_banner

Veja o que é #FATO ou #FAKE na entrevista de Ricardo Nunes para o SP1 | Eleições 2024

Redação
por Redação

Candidato à reeleição, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), foi o quinto entrevistado pelo SP1, da TV Globo, nesta sexta-feira (27). A entrevista foi conduzida pelo jornalista Alan Severiano.

José Luiz Datena, apresentador e candidato pelo PSDB, foi o primeiro sabatinado nesta segunda (23). Ele prometeu criar 40 km de corredor de ônibus e defendeu o uso de fuzil na Guarda Civil Metropolitana (GCM) em “batalhões especiais”. Confira o que é #FATO ou #FAKE na entrevista dele.

No dia seguinte, foi a vez da deputada federal Tabata Amaral que disputa o cargo pelo PSB. Ela prometeu uma atuação conjunta entre a Polícia Militar e a Guarda Civil Metropolitana (GCM) para extinguir cenas de uso aberto de drogas como a Cracolândia. Veja o que é #FATO ou #FAKE na sabatina dela.

Na quarta (25), o empresariado Pablo Marçal (PRTB) foi o terceiro convidado. Ele afirmou que o período eleitoral é um “tempo de guerra” e defendeu o uso da violência como instrumento de campanha, uma vez que não tem tempo de propaganda eleitoral gratuita na TV e no rádio. Confira o que é #FATO ou #FAKE na entrevista dele.

Já o deputado federal Guilherme Boulos, candidato pelo Psol, foi sabatinado na quinta (26). Ele disse que irá reduzir o número de ocupações na cidade com a implementação de um programa habitacional. Veja o que é #FATO ou #FAKE na entrevista dele.

A equipe do Fato ou Fake checou algumas das principais declarações de Nunes. Leia:

“A Justiça fez a investigação, que nós pedimos dois anos atrás, é bom colocar isso, foi eu que pedi para a procuradora-geral e o controlador e até o MP dois anos atrás. Teve a reunião com o promotor Lincoln, que é quem está coordenando as ações agora, e nós pedimos para ser assistente de acusação”.

#NÃOÉBEMASSIM. Veja por quê: O prefeito Ricardo Nunes se refere à investigação que revelou que integrantes da facção crimonosa Primeiro Comando da Capital (PCC) estavam na direção das empresas de ônibus Transwolff e UPBus, que operam na zona Sul e Leste da capital.

Procurado pelo Fato ou Fake, o promotor Lincoln Gakiya explicou: “De fato, fomos procurados pela Procuradora Geral do Município e também pelo Controlador Geral do Município, não para pedir ao MP ‘iniciar’ as investigações porque essas estavam em andamento naquela época e sob sigilo judicial, mas sim para se colocarem à disposição do MPSP para o que fosse necessário por parte da Prefeitura. Deixando bem claro, os representantes da prefeitura não solicitaram a instauração de investigação contra as empresas de ônibus e tampouco ‘cobraram agilização’ das investigações, até porque não cabe à Procuradoria do Município e tampouco à Controladoria Geral fazê-lo, o Ministério Público é autônomo e independente’. Em relação à segunda afirmativa, a declaração procede. Em abril deste ano, a Prefeitura de São Paulo solicitou ao Ministério Público que fosse incluída como assistente de acusação no processo. O pedido só aconteceu, no entanto, após a deflagração da operação “Ponto Final”, que prendeu dirigentes das empresas de ônibus Transwolff e UPBus.

Durante quase cinco anos de investigação, os promotores do Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) reuniram indícios de que as empresas eram usadas pela facção criminosa para lavar dinheiro do tráfico de drogas e de outros crimes.

Procurada sobre a divergência, a assessoria de imprensa da Prefeitura de São Paulo disse que “atendendo ao pedido do prefeito Ricardo Nunes, a Procuradoria Geral do Município e a Controladoria Geral do Município realizaram reunião em junho de 2022 com a Polícia Civil e posteriormente com Ministério Público Estadual para pedir investigação sobre a suspeita de envolvimento do crime organizado na gestão de concessionárias de ônibus, celeridade na apuração e colocar o Município à disposição das autoridades”.

“Essa cidade tem 7 milhões de carros, a gente tinha em torno de 900 [mil], 1 milhão de motos, hoje tem 1,3 milhão de motos. E a faixa azul, como você citou, foi um grande trabalho que a gente desenvolveu, já fizemos 200 km de faixa azul, que salva vidas, evita acidentes. Andar na faixa azul é 20 vezes mais seguro do que você não andar na faixa azul.”

#NÃOÉBEMASSIM. Veja por quê: A cidade de São Paulo, segundo dados do Detran SP, conta com 4.645.511 automóveis e 950.045 motocicletas em circulação.

Somando com veículos envolvidos em ocorrências criminais e em situação de baixa permanente –ou seja, que não circulam, são 6.834.894 automóveis e 1.376.209 motos, segundo o Detran.

A Faixa Azul tem 200,3 quilômetros de extensão desde o início de setembro, com o acréscimo de 31,64 quilômetros em oito novos trechos.

Para apontar que as vias são 20 vezes mais seguras, a prefeitura se baseia numa métrica chamada de “taxa de severidade”, que pondera o número de acidentes pelo volume de motos que trafegam dentro e fora da faixa e também pela gravidade dos acidentes, de dano material a vítimas fatais.

Uma reportagem do jornal “O Globo” em 19 de junho apontou pouca variação no número de acidentes antes da implantação da faixa e depois em seis avenidas de SP (Prestes Maia, Miguel Yunes, Tiradentes, Sumaré, Bandeirantes e Afonso D’Escragnolle Taunay). Na ocasião, a prefeitura informou que, diante de um cenário de aumento de acidentes e de óbitos no estado, “a estabilidade nas vias com Faixa Azul na cidade demonstra um efeito positivo do programa”.

Na mesma reportagem, a prefeitura também apontou a métrica da taxa de severidade. Diogo Dias Lemos, arquiteto e urbanista e coordenador da Iniciativa Bloomberg para a Segurança Viária Global em São Paulo, apontou ao jornal O Globo que falta uma série histórica robusta para saber o impacto antes e depois do projeto.

“Para ter uma ideia, esse trabalho conjunto eu e o Tarcísio, no ano passado, tivemos o menor índice de homicídios da história da cidade de São Paulo. Agora, reduzindo os índices de roubo e furto. (…) Nós tivemos só na região central a redução de mais de 60% de roubos e furtos.”

#NÃOÉBEMASSIM. Veja por quê: Em 2023, a cidade de São Paulo registrou 481 homicídios, o menor número desde o início da série histórica da Secretaria de Segurança Pública (SSP), conforme apontado por Nunes.

No entanto, o percentual de redução de roubos e furtos na região central não condiz com o que foi apresentado pelo candidato.

De acordo com os dados disponíveis, entre janeiro e agosto de 2024 foram 11.160 roubos, uma diminuição de cerca de 28,4% comparado aos 15.603 do mesmo período do ano passado. Já em relação aos furtos, a redução foi de aproximadamente 19,5% no comparativo entre os períodos. Em 2023 foram 40.666 casos, enquanto 2024 registrou 32.736.

Para fazer o levantamento, o Fato ou Fake reuniu os casos registrados em todas as delegacias localizadas no centro da cidade.

Procurada, a campanha de Nunes preferiu não se manifestar sobre os dados.

“São Paulo hoje tem o menor índice de desemprego desde 2015. Nós tivemos ano passado um saldo positivo entre admissões e demissões de 129 mil empregos. Esse ano, pessoal, só até junho, primeiro semestre, foram 107 mil empregos.”

A declaração é #FATO. Veja por quê: A Pesquisa Nacional de Amostras por Domicílio, do IBGE, apontou que no quarto trimestre de 2015, eram 583 mil pessoas desocupadas, o que correspondia a uma taxa de 8,9%. Agora, no segundo trimestre de 2024, são 500 mil pessoas desocupadas, menos do que em 2015, a uma taxa de 6,8% de desocupação. É a menor taxa desde 2015.Além disso, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a capital paulista finalizou o ano de 2023 com saldo de 128.246 empregos criados. Foram 2.524.219 admissões contra 2.395.973 desligamentos. O índice, portanto, é positivo, como afirmou o candidato. Ainda de acordo com o Caged, no primeiro semestre de 2024, foram 107.742 empregos criados na capital paulista. O mês de fevereiro registrou o melhor desempenho, com 30.027 novos postos de trabalho.

“Eu estou no quarto ano consecutivo em que a cidade de São Paulo tem vaga de creche para todas as crianças. Todas as crianças em uma cidade de 12 milhões de habitantes tem uma vaga de creche. Temos hoje vaga de creche para todas as crianças. 100% das crianças que desejam uma vaga de creche na cidade de São Paulo hoje ela tem garantida.”

A declaração é #FATO. Veja por quê: Não existe fila de espera superior a 30 dias para creches na rede municipal em nenhuma região da cidade. Segundo os dados da Secretaria Municipal de Educação, divulgados em agosto, 2.498 crianças estão esperando há menos de 30 dias por uma vaga em qualquer creche da cidade e outras 3.692 esperam por uma vaga em uma unidade de ensino específica.

Procurada, a Prefeitura de São Paulo explicou que o fato de haver famílias com espera de vaga em uma unidade específica não significa que não tenham vaga garantida. Apenas que optaram por aguardar a creche de sua preferência. Em relação à espera de até 30 dias, a administração municipal argumenta que se trata do período necessário para organizar a rede.

A organização Todos Pela Educação também confirmou que a existência de demanda para unidade específica da rede não pode ser classificada como ausência de oferta. Significa que foi designada uma vaga disponível, mas a família optou por aguardar mais tempo até conseguir a matrícula do estudante no local de sua preferência.

Sobre a espera por um período de 30 dias, a organização informa que também não pode ser classificada como “fila”. E ressalta que critérios semelhantes são adotados em outras partes do país, já que há necessidade de um período de organização da rede para atender a demanda.

“O grande ponto positivo da Prefeitura foi manter o atendimento em creche. Isso não veio da atual administração, mas ela conseguiu manter a fila de creches zerada. O problema está muito mais depois, na alfabetização, nos anos iniciais e finais”, avalia a entidade.

Participaram da checagem: Klauson Dutra, Letícia Dauer, Mel Trindade, Paula Paiva Paulo, Raphael Salomão, Roney Domingos e Thamila Soares

Alan Severiano entrevista Ricardo Nunes MDB no ‘SP1’ — Foto: TV Globo/ Bob Paulino

Fonte: Externa

BRAIP ads_banner

Compartilhe esse artigo