Membros da União Europeia (UE) discutem se devem incluir em possível acordo de paz na Ucrânia o fim da proibição de compra do gás da Rússia, sob argumento de que a medida provocaria queda nos preços de energia e ajudaria a economia de países do bloco, segundo o “Financial Times” (FT). Defensores da ideia alegam que isso traria a Rússia para a mesa de negociações, dando aos dois lados motivos para aceitar o cessar-fogo.
Segundo o “FT”, a ideia tem apoio de representantes alemães e húngaros. A Alemanha era um dos países mais dependentes do gás da Rússia e foi fortemente afetada pela proibição, especialmente seu setor industrial. Já a Hungria tem relação próxima com a Rússia e sempre teve postura mais branda em relação às sanções contra Moscou adotadas pela UE.
O fim da proibição garantiria à Rússia o retorno de receitas que sumiram do país desde o início da guerra, o que poderia ajudar a economia local, que dá sinais de desgaste após quase três anos de conflito e sanções.
O presidente dos EUA, Donald Trump, exigiu o fim da guerra “em breve”, provocando discussões entre aliados da Ucrânia sobre o que era preciso para firmar um acordo de paz com a Rússia. Trump também ameaçou a UE com tarifas, a menos que compre mais gás natural liquefeito dos Estados Unidos, mais caro do que o gás transportado por gasoduto da Rússia.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse, nesta semana, que “encerrar a fase quente da guerra é fundamental”, alegando que “soluções diplomáticas são preferíveis”.