O uso dos cartões para pagamento superou a marca de 10 bilhões de transações no primeiro trimestre de 2024, no melhor resultado para o período já registrado pela Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). Cartões de crédito, débito e pré-pagos movimentaram, ao todo, R$ 965 bilhões (alta de 11,4% em relação ao primeiro trimestre do ano passado).
Em meio à revolução do mercado financeiro brasileiro, a Mastercard não apenas se mantém líder, como está ampliando sua fatia de mercado. Segundo dados do Banco Central, a Mastercard representou 52.2% do volume transacionado em cartões por brasileiros no último trimestre de 2023. Tangioni atribui o avanço a uma postura inovadora. “Fomos a primeira bandeira no Brasil a licenciar cartões para instituições não-financeiras, como varejistas”, afirma. “Depois, abraçamos as fintechs. Alguns dos principais bancos digitais são emissores exclusivos Mastercard porque começaram conosco, lá atrás”, pontuou em uma palestra realizada durante a Febraban Tech 2024, em São Paulo.
A Mastercard contribui diretamente com a evolução e inovação do mercado de pagamentos, trabalhando em parceria com os players da indústria, setor público, autoridades (como o Banco Central do Brasil, no desenvolvimento da moeda digital DREX) e empresas não-financeiras (como agronegócio e saúde interessados em serviços de segurança digital, por exemplo).
O hábito de passar um cartão de plástico em uma maquininha vai ficando para trás: segundo a Abecs, no primeiro trimestre, os pagamentos por aproximação representaram 57,7% das compras presenciais no Brasil, movimentando R$ 305 bilhões (56,8% mais do que em 2023). Enquanto isso, a marca olha para frente.
Inovação no pagamento online
No Febraban Tech 2024, maior evento de tecnologia do setor financeiro do Brasil, a Mastercard apresentou, ao lado de instituições parceiras, resultados da implantação das inovações mais recentes e expectativas para as próximas.
Lançada pela indústria em fevereiro de 2024, a tecnologia Click to Pay dá ao consumidor a praticidade de fazer pagamentos online com apenas um clique. Dados como número de cartão, nome do cliente e senha são tokenizados, numa chave com criptografia de altíssima segurança. “É uma experiência tão simples quanto o pagamento por aproximação, mas aplicada ao mundo online. A adesão deve ser ainda mais rápida, porque já existe um costume”, diz Ana Karina Scarlato, vice-presidente de Produtos e Inovação da Mastercard Brasil.
“Em uma pesquisa nossa, 86% dos entrevistados disseram que desistiram de uma compra no momento do checkout, devido à fricção. Isso traz frustração ao consumidor e ineficiência ao estabelecimento”. Um próximo passo do Click to Pay pode ser a adoção de biometria.
Já a tecnologia Tap on Phone, lançada no Brasil em 2021, transforma o smartphone em maquininha de pagamento por aproximação. Assim, o comerciante – em especial o de pequeno ou médio porte – pode aceitar transações de crédito ou débito por meio de cartões ou carteiras digitais. A Mastercard suporta 131 projetos Tap on Phone, sendo 14 deles na região da América Latina e Caribe.
“É uma tecnologia sensacional ao eliminar custos da maquininha, de seu transporte e assistência técnica”, diz Tangioni. “Essa solução tem um potencial gigantesco de crescimento entre segmentos novos”. Segundo uma pesquisa divulgada em maio pela fintech Zoop, 46% dos brasileiros já usaram o Tap to Pay. Os principais benefícios observados pelos entrevistados foram rapidez e simplicidade (88%), maior facilidade em relação à maquininha tradicional (83%) e confiança no método (83%).
Popular entre pessoas físicas, por trazer mais segurança às compras online, o Cartão de Crédito Virtual (VCN) é uma aposta da Mastercard também para as pessoas jurídicas. “O número de pagamentos B2B com essa solução cresceu muito depois da pandemia”, afirma Tangioni. “Com o VCN, a empresa pode customizar o cartão de cada colaborador: esse só vai funcionar em um certo mês, aquele outro só funciona para compras em um certo estabelecimento… é possível cercar todas as condições”.
A possibilidade de programar as condições de liberação de pagamentos, num smart contract, pode ser o principal avanço do blockchain e das criptomoedas no Brasil, na opinião do presidente de Mastercard Brasil. A empresa integra um dos consórcios que participam do desenvolvimento do DREX, o Real Digital, em parceria com o Banco Central. “O DREX pode ser muito bom em casos em que hoje envolvem pagamento e registro em cartório, como a venda de imóveis. O vendedor não quer transferir o documento sem receber o dinheiro, e o comprador não quer transferir o dinheiro sem receber o documento. Com a criptomoeda, as duas coisas podem acontecer juntas. Essa pode ser uma vocação muito mais forte do que o Real Digital funcionando como um cartão ou como um PIX.”