Iluminação em LED, sistemas de energia solar, eletrodomésticos certificados de baixo consumo, redes elétricas inteligentes (smart grids), automação e internet das coisas. A tecnologia está no centro de duas mudanças em curso: a transição energética e novos hábitos do consumidor. O caminho em direção a um futuro sustentável, no entanto, precisa de marcos legais que garantam a expansão da oferta de energia limpa e democratização da informação, dizem especialistas.
Sauer lembra que sistemas inteligentes permitem monitorar e controlar o consumo em tempo real, possibilitando ajustes automáticos que minimizam o desperdício. “Além disso, a análise de dados gerados por essas tecnologias oferece insights sobre padrões de consumo, permitindo decisões mais informadas”, diz .
Entretanto, afirma o professor, as redes elétricas precisam de investimento para uma profunda mudança estrutural que comporte essa alteração, já que não foram concebidas para fluxos de energia bidirecionais, como ocorre por conta da inserção de geração distribuída, a energia gerada principalmente por painéis solares em telhados. Praticamente todas as redes são convencionais, com materiais e equipamentos concebidos e até mesmo instalados há muitas décadas. “Há um espaço enorme para modernização que envolve tratativas difíceis envolvendo questões técnicas, ambientais e urbanas”, explica o pesquisador.
Fazem parte dessa equação programas governamentais para a eficiência energética. A aprovação de projetos como a regulamentação do mercado de carbono, dos combustíveis do futuro e do hidrogênio verde também são fundamentais para que o Brasil se posicione como um líder na transição energética. “Não tem como o nosso país querer se posicionar na transição energética sem aprovar esses projetos, importantes para o futuro da industrialização verde”, diz o pesquisador Matheus Noronha, professor da disciplina global innovation, para os cursos de graduação da ESPM .
De acordo com Noronha, a mudança de comportamento em direção ao consumo consciente passa, ainda, pela democratização do acesso à informação, de modo que as mais diferentes camadas da sociedade tenham condições de fazer escolhas por produtos cada vez mais energeticamente eficientes.