A Suzano deu mais um passo em sua estratégia de internacionalização e acertou a compra de duas fábricas, de celulose e papel cartão usado em embalagens de alimentos líquidos frescos e copos, da americana Pactiv Evergreen, líder nesse segmento nos Estados Unidos. A transação, de US$ 110 milhões (quase R$ 600 milhões ao câmbio de hoje), deve ser concluída até o fim do ano.
A unidade de Pine Bluff tem produção integrada de celulose e papel cartão, com capacidade instalada de 420 mil toneladas por ano. Em Waynesville, é feita a extrusão e tratamento do papel, que será vendido para a própria Pactiv e para outros convertedores de embalagens nos Estados Unidos.
“É uma fábrica de tamanho médio, que certamente representa um primeiro passo no mercado americano. A Suzano vai buscar outras oportunidades no futuro”, disse, ao Valor, o vice-presidente executivo financeiro, relações com investidores e jurídico da companhia, Marcelo Bacci.
Desistência da International Paper (IP)
Maior fornecedora de celulose de fibra curta (eucalipto) na América do Norte, a Suzano ainda não tinha fábricas nos Estados Unidos, mas vinha buscando alternativas para ter presença industrial. Há cerca de duas semanas, desistiu de levar adiante uma oferta de compra da International Paper (IP), que é líder no mercado americano de embalagens de papelão ondulado, num negócio avaliado em US$ 15 bilhões.
Conforme Bacci, a Suzano vai usar recursos próprios na aquisição das fábricas da Pactiv, que emprega cerca de 800 pessoas nas duas unidades, sem impacto relevante em seu balanço. “Era um alvo preferencial por causa da localização geográfica [das fábricas], do acesso à madeira, da qualidade dos equipamentos e do posicionamento comercial”, afirmou.
Segundo o vice-presidente executivo de Papel e Embalagens da Suzano, Fabio Almeida, o mercado de embalagens nos Estados Unidos é relevante, e a companhia brasileira vinha estudando há algum tempo uma porta de entrada, uma vez que traz menor volatilidade em termos de volume e preço. Além disso, a demanda por embalagens para alimentos líquidos frescos cresce a taxas interessantes nos Estados Unidos.
“São dois ativos bem posicionados do ponto de vista de logística e de custo [de produção]. É um investimento importante para nossa ambição em ‘packaging’ e tem espaço para futura expansão”, afirmou.