O supermercado Zona Sul, tradicional nas áreas nobres do Rio de Janeiro, começou a aceitar criptomoedas como pagamento pelas compras após fechar parceria com a empresa de tecnologia blockchain Transfero. A novidade, por enquanto, está em testes apenas na unidade de Ipanema na rua Barão da Torre, 220, mas a ideia é expandir para toda a rede ao longo do ano que vem.
Para fazer a transação, o cliente escolhe “Transfero Crypto Checkout” como método de pagamento, escanea o QR Code, escolhe em qual blockchain está sua criptomoeda e paga com a moeda digital ou stablecoin escolhida. As maquininhas dos caixas estão integradas com a Transfero e recebem instantaneamente a transferência dos valores. “A base que o cliente usa é o Transfero App, mas ele pode usar qualquer wallet”, explica Juliana Felippe, CRO da Transfero.
De acordo com a executiva, pagar com criptomoedas tem os benefícios de aumentar a segurança e envolver menos taxas do que outros tipos de meios de pagamento como o cartão de crédito. Vale lembrar que quando uma compra é feita com cartão, o vendedor paga a taxa da maquininha e ainda há cobranças da bandeira do cartão e do banco no qual o consumidor tem conta.
No quesito segurança, essencial para uma cidade como o Rio de Janeiro, Monteiro lembra que hoje as carteiras digitais de criptoativos possuem mais mecanismos de segurança do que aplicativos de instituições financeiras. A própria usabilidade complexa das wallets e seu conhecimento não ser tão difundido contaria para serem mais seguras no caso de um assalto ou furto.
As criptomoedas aceitas no Zona Sul com a solução da Transfero serão bitcoin (BTC), ether (ETH), solana (SOL), BNB e as stablecoins – moedas digitais de valor pareado ao de alguma divisa tradicional como o dólar – USDC, USDT, ARZ, BRZ e EuroC. A ampla gama de stablecoins entre os tokens permitidos tem a ver com o foco nos clientes estrangeiros e turistas. “O Zona Sul costuma estar perto de pontos turísticos do Rio, e as stablecoins facilitam para esse cliente estrangeiro. Quem está passeando volta ao país de origem e não quer ficar preso com as moedas que comprou na viagem”, avalia Monteiro.
Por fim, Juliana falou sobre a mais recente consulta pública do Banco Central (BC), que tratou dos casos em que operações com criptomoedas serão tratadas como parte do mercado de câmbio. O ponto mais polêmico da consulta é um artigo no qual o BC proibiu o saque de stablecoins para carteiras digitais de criptomoedas, algo que impactaria de maneira muito negativa o futuro da operação lançada no Zona Sul.
“Temos licença de instituição de pagamento e estamos acompanhando o dia a dia dessa consulta pública. Se houver uma mudança, vamos nos adaptar. Não vamos mudar tudo agora porque não temos certeza e o que está escrito na consulta ainda pode ser alterado”, afirma a executiva.