O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Brasil pode receber o selo de grau de investimento ainda durante o mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, caso o governo continue tomando medidas tanto do lado das receitas quanto das despesas, em busca do reequilíbrio das contas públicas.
- Elevação de nota do Brasil pela Moody’s reflete reconhecimento dos avanços no país, diz Fazenda
As declarações foram dadas horas após a agência de classificação de riscos Moody’s elevar a nota de crédito soberano do Brasil de Ba2 para Ba1. Com a elevação, o país ficou a um passo do grau de investimento pela Moody’s.
“Se o governo, como um todo, compreender que vale a pena esse esforço, que esse esforço que está sendo feito produz os melhores resultados, e continuarmos sem baixar a guarda em relação às despesas, em relação às receitas, fazendo nosso trabalho, eu acredito realmente que nós temos a chance de completar o mandato do presidente Lula recebendo o grau de investimento”, disse o ministro a jornalistas.
Segundo Haddad, o relatório da agência “traz nossa narrativa desde o início do governo”. Ele ponderou, no entanto, que ainda há um caminho a trilhar.
“Ele [grau de investimento] não está dado, mas ele é uma possibilidade concreta. Então, aquilo que parecia muito distante está à mão se nós continuarmos a fazer, se nós não tivermos receio de tomar medidas necessárias para o reequilíbrio das contas”, afirmou o ministro.
Haddad ressaltou que o relatório da agência destaca o crescimento da atividade econômica e do crédito no Brasil. “Nós temos uma reforma tributária já aprovada, só exigindo uma regulamentação que está na reta final”, afirmou o ministro. Ele citou também a agenda de transformação ecológica da Fazenda.
“O crescimento é muito importante para a economia, sobretudo com inflação controlada, porque é ele que permite você fazer um ajuste fiscal sem penalizar a população mais pobre, sem ter a necessidade de tomar medidas de austeridade que vão ceifar direitos estabelecidos”, declarou.
Mais cedo, o Tesouro Nacional divulgou comunicado à imprensa em que afirma que a decisão da agência de classificação de risco “reflete o reconhecimento dos avanços nas contas públicas, de um cenário propício ao crescimento e da solidez dos fundamentos da economia brasileira”. A pasta destacou que mantém esforços para “aumentar a arrecadação e conter gastos”.