O inverno na cidade de São Paulo foi o segundo mais quente em ao menos 63 anos, desde que o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) começou a catalogar a medição do tempo em série histórica a partir de 1961.
As medições foram feitas na estação meteorológica do Mirante de Santana, na zona norte paulistana.
De acordo com os dados, a temperatura média máxima no inverno de 2024 foi de 34,5°C, contra 34,7°C do ano anterior – a média mínima foi de 14,7°C.
O dia mais quente da estação que terminou no último sábado (21) foi em 8 de setembro, quando houve o registro de 34,5°C. A menor temperatura foi de 5,6°C, em 27 de agosto.
“A estação se comportou sem a influência dos fenômenos El Niño e La Niña. No entanto, os reflexos dos oceanos Atlântico e Índico mais aquecidos que o normal favoreceram temperaturas mais altas que o esperado”, afirma Thomaz Garcia, meteorologista do CGE (Centro de Gerenciamento de Emergência), da prefeitura de São Paulo.
O inverno foi marcado por dias secos e com baixa umidade relativa do ar, por causa de massas de ar quente que cobriram boa parte do país, impedindo a formação de frentes frias.
Foi essa situação que provocou uma sequência de queimadas no Estado de São Paulo no último mês – a Defesa Civil estadual mantém para esta semana um alerta máximo de incêndio para 48 cidades paulistas.
Em setembro, por exemplo, os índices médios de umidade relativa do ar ficaram abaixo dos 30% em 12 dos 21 dias até o início da primavera, no domingo passado (22) – a OMS (Organização Mundial de Saúde) estabelece que índices inferiores a 60% não são adequados para a saúde humana.
A tarde mais seca ocorreu no dia 12 de setembro, com média de 18,3% na cidade, enquanto o menor valor absoluto foi de 11,7%, neste mesmo dia, na estação do CGE, localizada na região central da capital paulista.
Com relação às chuvas, de acordo com o Inmet, houve o acumulado de 141,1 mm na cidade. O maior volume em 24 horas foi de 43,8 mm, no dia 10 de agosto, também em medição no mirante de Santana.
No geral da cidade, conforme o CGE, o acumulado foi de 109,6 mm de chuva, 17,4% a menos que os 132,7 mm esperados.
“A precipitação ficou abaixo da média devido à persistência de bloqueios atmosféricos sobre a região central do país, o que diminuiu a frequência de frentes frias e consequentemente, reduziu os eventos e a quantidade de chuva”, diz Garcia.
“Foram poucos dias de chuva no inverno, com muito sol, grande amplitude térmica [diferença entre as temperaturas mínimas e a máxima] e baixos índices de umidade. Essas condições atmosféricas foram determinantes para que a precipitação ficasse abaixo da média para o período”, afirma.
Os números do inverno paulistano*
- 19,6°C – Temperatura média
- 26,3°C – Temperatura média máxima
- 34,5°C – Maior temperatura (8/9)
- 14,7°C – Temperatura média mínima
- 5,6°C – Menor temperatura (27/8)
- 141,1 mm – Volume acumulado de chuva
- 43,8 mm – Maior volume acumulado de chuva em 24 horas (10/8)
*Medições feitas pelo Inmet na estação meteorológica do Mirante de Santana, na zona norte de São Paulo