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Rodoviária de Porto Alegre fecha; cidades do RS vivem cenário de calamidade | Brasil

Redação
por Redação

A rodoviária de Porto Alegre foi fechada, e companhias de ônibus suspenderam suas operações na capital gaúcha neste sábado (4). O terminal rodoviário ficou completamente alagado por causa da cheia do Guaíba, que atingiu o maior nível de elevação já registrado na história. Não há previsão para a reabertura.

Abrigo para desalojados em Porto Alegre — Foto: Carlos Macedo/AP

Outras cidades gaúchas vivem um cenário de caos. Em Canoas (20 km de Porto Alegre), há inundações em toda a parte oeste da cidade. Famílias aguardaram resgate nos telhados de suas casas, hospitais inundados e uma estimativa de cerca de 150 mil atingidos pelas chuvas.

O número equivale a pouco menos da metade da população da cidade, que tem 347 mil habitantes. Ainda não há uma estimativa de desabrigados e desalojados, mas a prefeitura informou que ao menso 7.500 pessoas estão em abrigos.

O Hospital Pronto Socorro, um dos maiores da cidade, teve um colapso no fornecimento de energia elétrica devido aos alagamentos na manhã deste sábado e pacientes em estado grave tiveram que ser removidos às pressas para os hospitais Universitário e Nossa Senhora das Graças em uma operação com apoio da Defesa Civil estadual e do governo do Estado.

Moradores fogem da enchente em Canoas, Rio Grande do Sul — Foto: Carlos Macedo/AP
Moradores fogem da enchente em Canoas, Rio Grande do Sul — Foto: Carlos Macedo/AP

Bairros como Mathias Velho, Rio Branco, Cinco Colônias, Central Park, Fátima e Niterói estão entre os mais afetados em Canoas. Vídeos postados por moradores em redes sociais mostram dezenas de famílias cruzando as ruas alagadas usando barcos e boias em direção a áreas mais altas da cidade

A prefeitura conclamou aos moradores que deixassem as áreas de risco e solicitou apoio com barcos e trabalho voluntário no resgate das famílias. A gestão também informou que disponibilizou ônibus para fazer deslocamento dos moradores que vivem em áreas de risco. Ao todo, 28 espaços foram disponibilizados para o acolhimento das famílias, incluindo colégios, ginásios e igrejas.

Em Sinimbu (177 km de Porto Alegre), moradores e comerciantes passaram o sábado tentando limpar os imóveis, tomados pela lama, vendo o que seria possível salvar e contabilizando os prejuízos. A prefeitura estima que mais de 2 mil pessoas foram desalojadas – a cidade tem pouco mais de 10 mil habitantes. A cidade foi destruída pela força das águas após o transbordamento do rio Pardinho, que divide a área urbana em duas, na maior enchente de que se tem registro em sua história.

No centro da cidade, onde o nível da água atingiu mais de dois metros, o cenário é de guerra. Há casas e comércios destruídos por toda a parte.

Nas ruas, completamente enlameadas, restos de móveis, eletrodomésticos, alimentos e entulho se amontoavam. Nas cercas das casas, roupas sujas esperavam para ver quais ainda poderiam ser aproveitadas.

Na rua principal, Samuel Schulz, dono de uma rede de supermercado de mesmo nome, contabilizava os prejuízos. “As duas lojas [a unidade de Sinimbu e outra, no Rio Pardinho, localidade próxima] foram praticamente destruídas, com muita perda de mercadorias, principalmente produtos perecíveis ou com embalagens não resistentes a água”, relata. “Nosso prejuízo, somando as duas lojas, chega a R$ 5 milhões.”

Já a psicopedagoga Carla Alexandre, 39, tentava salvar algo da biblioteca municipal. Ela e uma colega de trabalhavam, munidas de enxadas, para puxar a grossa camada de lama para fora do imóvel. “A água chegou quase ao teto do piso térreo da biblioteca”, conta. “Os cerca de 12 mil livros do nosso acervo foram destruídos, assim como muitos brinquedos e outros materiais usados em projetos voltados a crianças.”

Fonte: Externa

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