A Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) informou, na tarde desta quinta-feira (09), que deve ser realizada apenas nesta sexta-feira (10) a reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros do governo sobre a decisão de Mark Zuckerberg, CEO da Meta, de acabar com o sistema de checagem de fatos do Facebook e do Instagram.
Na opinião do presidente, o assunto é “extremamente grave” e, por isso, será tema de debate interno do governo. Além disso, Lula disse que não pode “um cidadão”, sem especificar a quem estava se referindo, “ferir a soberania de uma nação”.
“Vou fazer reunião hoje [amanhã] para discutir questão da Meta. Eu acho que é extremamente grave as pessoas quererem que a comunicação digital não tenha a mesma responsabilidade do cara que comete um crime na imprensa escrita. É como se um cidadão pudesse ser punido porque faz uma coisa na vida real e pudesse não ser punido porque faz a mesma coisa no digital. O que nós queremos na verdade é que cada país tenha sua soberania resguardada. Não pode um cidadão, dois cidadão, três cidadãos acharem que pode ferir soberania de uma nação”, afirmou Lula.
O assunto tem preocupado a gestão petista. Na terça-feira (7), Zuckerberg anunciou que a companhia acabará com o sistema de checagem de conteúdos por agências profissionais. A verificação será substituída por um modelo baseado em notas da comunidade, semelhante ao usado na rede social X. O X, por sua vez, é controlado pelo empresário Elon Musk, aliado do presidente eleito dos Estados Unidos Donald Trump.
Lula falou à imprensa após visitar, de surpresa, a chamada “Galeria dos Presidentes”, exposição permanente que está localizada no térreo do Palácio do Planalto e traz as fotos oficiais de todos os presidentes do Brasil. A galeria foi destruída durante os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e só foi reinaugurada no fim do ano passado, quase dois anos depois do episódio.
Nessa quarta-feira, o futuro ministro da Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom), Sidônio Palmeira, já havia afirmado que a decisão da Meta é “ruim para a democracia”. Neste sentido, ele defendeu ainda uma regulamentação das redes sociais, sem especificar de que forma isso poderia ser feito.