O conselho de administração do grupo Fartura de Hortifrut S.A., dona da rede Oba Hortifruti, aprovou a destituição de 11 dos 15 diretores estatutários da companhia.
Procurada para comentar as razões da mudança, a empresa ainda não se manifestou.
Com os cortes, ficaram na empresa apenas o presidente, Alex Alves Brito; o diretor financeiro e de relações com investidores, Alexandre Otomo de Almeida; e os diretores sem designação específica, Francisco Homsi e Ivan Chiachio.
Para executivos consultados, 15 diretores é um número visto como grande para uma empresa de R$ 2 bilhões de vendas.
O Oba teve, de janeiro a setembro, aumento na receita, mas perda de lucro.
Segundo balanço público na CVM, a receita líquida passou de R$ 1,9 bilhão para R$ 2,1 bilhões nos primeiros nove meses do ano, avanço de pouco mais de 10%, em termos nominais, sem descontar a inflação alimentar do período, que avançou rapidamente em 2024 (foi cerca de 8% em 12 meses).
O lucro líquido consolidado caiu 5%, para R$ 58 milhões no mesmo período.
Alta nas despesas gerais e administrativas, que cresceram 36%, para quase R$ 130 milhões, e avanço de 52% nas despesas financeiras afetaram a última linha do balanço da empresa.
Há um ano, em janeiro do ano passado, um fundo de investimento do antigo Bozano, hoje Crescera Oba Growth FIP Multiestratégia, vendeu a sua posição de 30% da varejista para a Crala Empreendimentos e Participações.
Os compradores fazem parte de uma empresa constituída por Carlos Roberto Alves e Raimundo Desidério Caetano, fundadores da rede, e outros parceiros.
Alves já era acionista majoritário da companhia, com 54,9% do capital, e após a compra, reforçou sua posição como maior acionista.
Ainda participaram da transação com o fundo o CEO atual, Alex Alves dos Santos Brito, Luis Las-Casas Alves e a Cabef Empreendimentos e Participações.