O deputado federal Alexandre Ramagem (PL), candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro, mudou sua posição em relação ao governador do Estado, Cláudio Castro (PL), e afirmou não aprovar a política de segurança adotada pelo aliado. Em sabatina do RJTV, da TV Globo, nesta segunda-feira (23), o bolsonarista evitou defender o correligionário e afirmou que espera ser eleito para poder “apontar falhas” da gestão estadual.
A postura atual é diferente da adotada por Ramagem no início do mês, quando, em sabatina realizada pelo Valor, “O Globo” e CBN, ele deu “nota 7” para Castro “passar de ano”. Agora, em entrevista à TV, o candidato disse que não está elogiando o governo do Estado.
“Não aprovo [a política de segurança]. Eu não tenho elogiado, tenho usado fatos. Nota 7 para mim é nota mais ou menos. A gente tem que focar no 9 ou no 10. Sete é bom para passar de ano, mas não serve”, disse Ramagem.
Ele continuou: “Temos que fazer mais e entender que estamos numa guerra por território. O Estado não está fazendo isso”.
Ramagem escolheu como principal pauta da campanha a segurança pública e tem usado o tema para criticar o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), que aparece como favorito nas pesquisas eleitorais. No entanto, o responsável direto por conter a violência é o governador, chefe das polícias Civil e Militar.
Com a mudança de postura, evitando defender Castro, Ramagem tenta não entrar em contradição — isto é, criticar a segurança no Rio, mas elogiar o encarregado por ela. Ao ser questionado sobre isso, Ramagem afirmou que há “erros no próprio partido”.
“Eu sou vinculado a um partido, mas pode ter erros no próprio partido”, disse. “Se o governo do Estado estiver falhando, nós vamos apontar a falha. (…) “Doa a quem doer. Pode ser do meu partido ou não. Nós vamos demonstrar o que tem que ser feito.”
Além da segurança, Ramagem também fez críticas à educação do Estado. Ele afirmou que o Rio de Janeiro “não está conseguindo fazer bons números” no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Houve uma queda na avaliação da rede estadual, segundo dados desde ano, e as escolas da rede pública fluminense tiveram o pior resultado no ensino médio da região Sudeste.
“É uma questão de estar com o partido, mas é uma questão de se verificar todas as boas práticas que estão sendo colocadas no Brasil inteiro”, disse Ramagem.
Na sabatina, o bolsonarista afirmou não ter tomado a dose de reforço da vacina contra a covid-19. Ele defendeu que o imunizante seja facultativo e disse que ele “não imuniza”, apesar de todas as evidências científicas que comprovam que a droga foi responsável por conter a pandemia.
“Antes de tomar a vacina, eu já tinha sido infectado pela covid e eu apenas tomei a vacina porque tive uma viagem internacional a trabalho e estava exigindo [a vacinação] E aí eu fui e tomei a vacina. Foi somente essa dose que eu tomei”, disse.
“Quero colocá-la como facultativa. A vacina da covid não imuniza e não previne o contágio”, completou.
Ramagem também foi perguntado sobre sua aliança com o ex-presidente da Câmara de Deputados Eduardo Cunha (Republicanos). O bolsonarista afirmou que, se for eleito, o ex-deputado não fará parte do seu governo.
Cunha, presidente municipal do Republicanos, é um dos articuladores da candidatura de Ramagem. O partido, junto com o MDB, formam a coligação do bolsonarista.