Desde quarta-feira (6), Caroline de Toni (PL-SC) é a nova presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. Indicada pelo seu partido, ela irá assumir o comando do colegiado mais importante da Casa, uma vez que todos os projetos em tramitação passam pela CCJ.
Antes de assumir a CCJ, Carolinefoi questionada por jornalistas sobre como será sua gestão. A deputada disse que vai priorizar qualidade em vez da quantidade de projetos, prometeu diálogo e descartou uma aproximação com o governo.
“Uma aproximação com o governo, eu acho muito difícil porque eu sou uma deputada de oposição. Mas se tivermos pautas importantes para a sociedade brasileira que eventualmente o governo apresente, e o presidente Arthur Lira também quiser responder, precisamos ter uma porta de diálogo. Não significa uma aproximação, mas eu estou aberta a ouvir todos os partidos.”
Quem é Caroline de Toni
Caroline Rodrigues de Toni tem 37 anos e nasceu em Chapecó, no oeste catarinense. É graduada em Direito pela Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó) e mestre em Direito Público pelo Centro Universitário Estácio de Santa Catarina.
A parlamentar faz parte do chamado “núcleo duro” dos deputados federais aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Toni também é ex-aluna do falecido “guru do bolsonarismo” Olavo de Carvalho.
Atualmente ela está em seu segundo mandato na Câmara. Foi eleita pela primeira vez em 2018 e novamente em 2022, sempre reinterando seu apoio a pautas atreladas a bolsonaristas. Em 2018, ela estava no PSL, à época, legenda de Bolsonaro, e recebeu 109.363 votos, sendo a mulher mais votada do estado. Em 2022, seguiu o ex-presidente e foi para o PL, mais uma vez foi a parlamentar mais votada no Estado com 227.632 votos (5,7% dos votos válidos).
Na Câmara, foca em abordar temas conservadores. A parlamentar é abertamente contra à obrigatoriedade das vacinas, à descriminalização das drogas, ao aborto
e às cotas raciais e femininas. A nova presidente da CCJ também é favorável ao ensino doméstico, também conhecido como homeschooling e ao uso civil de armas de fogo.
Desde que chegou no Congresso Nacional em 2018, a deputada apresentou 38 projetos de lei, mas nenhum foi aprovado pelo plenário da Casa até o momento.
Sigilo bancário quebrado
Em junho de 2020, Caroline de Toni esteve entre os 11 parlamentares bolsonaristas com o sigilo bancário quebrado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito dos atos antidemocráticos,
sob a suspeita de ter colaborado para o financiamento de grupos antidemocráticos que pediam o fechamento do STF.
“Não fiz nada que não fosse um direito de garantia fundamental, que é me manifestar, acompanhar em Brasília as manifestações onde as pessoas apenas pediam para que deixassem o presidente Bolsonaro governar e apoiavam a livre circulação das pessoas durante a pandemia”, disse a deputada, na época.