O avanço da tecnologia tem automatizado diversas tarefas cotidianas, trazendo mais rapidez aos processos. No entanto, especialistas ouvidos pelo Valor destacam que essa evolução também torna ainda mais essencial a prática de exercícios para manter o cérebro ativo e saudável.
Ela explica que para treinar a concentração voluntária devemos colocar na nossa rotina exercícios que exijam a nossa atenção, como, por exemplo, a leitura de conteúdos longos.
A prática, diz Ana Carolina, é um desenvolvimento que deve ser feito de forma gradual: “Comece lendo por dez minutos, depois vai aumentando gradativamente até conseguir ficar por uma hora focado sem se preocupar com o tempo que está passando”, diz a neurologista.
Outra habilidade que a leitura ajuda a exercitar, e que traz benefícios para o trabalho, é o autocontrole. “Com ele, conseguimos priorizar melhor as tarefas. Ele ajuda as pessoas a terem menos impulsividade e a tomarem decisões mais racionais. Por exemplo, ver a agenda antes de assumir outro compromisso de trabalho, ponderar melhor o que as pessoas estão dizendo antes de responder algo”, explica.
A neurocientista diz ainda que a memória é mais uma função cerebral que está sendo substituída por ferramentas, mas que pode ser exercitada com práticas simples, como escrever um parágrafo de um texto, memorizar o caminho de uma rua e até mesmo um número de celular. “Há também jogos de memória que auxiliam nesse exercício e que são uma forma prazerosa de treinar essa habilidade”
Exercitar a memória em tempos digitais
Pedro Barbosa, neurologista da Saúde Digital do Grupo Fleury, explica que o cérebro precisa de desafios. Além das dicas de leitura e jogos, o especialista recomenda que profissionais, independentemente do nível hierárquico, “desconecte e faça uma atividade para a mente sem relação com o trabalho”.
O médico explica que dessa forma estará estimulando as atividades. “Temos que manter o cérebro desafiado, como aprender uma língua nova ou fazer exercícios de lógica, sudoku, palavras cruzadas, mas não ficar apenas em uma atividade, porque, quando se torna habitual, não estimula tanto o cérebro”, acrescenta. “Tudo isso melhora a performance cognitiva, a capacidade produtiva e a habilidade de resolver problemas”, completa.
Barbosa diz ainda que não há limites de idade para fazer algo novo. “Independente de idade e gênero, o que eu recomendo é que faça exercício físico e aprenda uma coisa nova”, conclui.