A avaliação positiva do governo Lula voltou a cair em setembro, na comparação com julho, segundo pesquisa Quaest divulgada nesta terça-feira (2). Há dois meses, 36% avaliavam bem o terceiro mandato do presidente, ante 32% no mês passado. Ao longo do governo, também aumentou a percepção entre os brasileiros de que a gestão petista está igual ou pior que a do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A avaliação negativa do governo Lula oscilou um ponto para cima, 31%, e a regular superou a margem de erro, indo de 30% para 33%. Até julho, havia uma vantagem maior entre quem considerava a atual gestão melhor que a de Bolsonaro. Na pesquisa anterior esse universo era 51%, ante 36% que julgava ser pior e apenas 8% que achavam igual. No fim de setembro, o percentual de quem considera igual saltou para 22% e agora apenas 38% acham que está melhor – para 33% está pior.
Em setembro, a economia brasileira cresceu 1,4% no segundo trimestre. Ainda em julho, segundo o IBGE, o desemprego recuou para 6,8%, no menor nível para o período desde 2012. Em entrevistas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, costuma destacar o crescimento do país e a baixa inflação. Mas, a despeito dos indicadores, o humor de parte do brasileiro em relação ao cenário econômico registrou piora, de acordo com a nova pesquisa Quaest. A economia ainda é apontada como o principal problema do país (24%), à frente de outros temas como violência (17%) e questões sociais (16%).
Aumentou o número de entrevistados que acha que a economia brasileira piorou nos últimos 12 meses – de 36% para 41%. Por outro lado, também aumentou quem acha que melhorou – de 28% para 33%. Quem acha que está tudo igual somava 32% em julho e agora são 22%.
Ainda é alta a percepção de que o poder de compra hoje está menor do que há um ano: 61%. Apenas 18% acham que aumentou e para 19% está igual. Esse comparativo negativo também se vê quando o entrevistado é convidado a opinar sobre os preços de alimentos, combustível e sobre as contas de água e luz. Para ampla maioria, em torno de 60%, está tudo mais caro.
Quando o entrevistado é perguntando sobre sua expectativa para os próximos 12 meses, 45% acham que vai melhorar, mas eram 52% há dois meses. Quem aposta na piora saltou de 27% para 36%. Para 18%, tudo ficará do mesmo jeito.
O instituto entrevistou 2.000 pessoas entre os dias 25 e 29 de setembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
Piora na aprovação no Sudeste
A aprovação ao trabalho de Lula neste terceiro mandato também piorou na comparação com julho. Quem aprova representa 51% dos brasileiros ante 54% há dois meses. O percentual de quem desaprova oscilou de 43% para 45%.
A variação dessa taxa foi maior entre os moradores do Sudeste. Em julho, havia empate de 48% entre aprovação e desaprovação. Agora, quem não aprova soma 53% e quem aprova caiu para 45%. O Sul manteve a maioria de desaprovação (53% a 42%), o que é visto desde dezembro do ano passado. No Centro-Oeste e Norte a aprovação também caiu, de 53% para 49%, e a desaprovação avançou de 42% para 46%. Apenas no Nordeste Lula segue com vantagem (69% a 26%).
O público feminino também continua aprovando mais o governo (55%) do que o masculino (49% de desaprovação). No recorte por faixa-etária, o governo Lula saiu-se bem apenas entre os mais jovens, entre 16 a 34 anos, subindo cinco pontos na aprovação (53%). Nas demais faixas (35 a 39 anos, e acima de 60 anos), houve piora.
Quando se olha a renda familiar, a gestão ainda tem maioria de aprovação (62%) entre quem ganha até 2 salários mínimos, mas há dois meses eram 69%. Na faixa intermediária (ganha entre 2 e cinco salários) houve estabilidade, com 51% de aprovação. A desaprovação aumentou três pontos entre os mais ricos (renda acima de 5 salários) e chegou 57%.