Eleitores de 51 cidades brasileiras voltam às urnas no domingo (27) para o segundo turno das eleições municipais. No sábado, véspera da votação, os institutos Quaest e Datafolha publicarão pesquisas eleitorais de São Paulo com perguntas para medir a percepção dos eleitores sobre os desempenhos de Ricardo Nunes (MDB) e de Guilherme Boulos (Psol) no debate promovido pela TV Globo.
O encontro desta noite é o terceiro deste segundo turno na capital paulista com a presença dos dois candidatos. O prefeito faltou a três embates marcados por jornais e emissoras de televisão.
As entrevistas dos dois levantamentos estão sendo feitos hoje e amanhã, mesmo dia da divulgação, segundo os registros no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Além do debate, as pesquisas também poderão indicar se a sabatina online de Pablo Marçal com Boulos, ao meio-dia de hoje, teve algum impacto na transferência de votos do influenciador para o deputado federal. Marçal ficou em terceiro lugar no primeiro turno. Ele recebeu 1.719.274 votos, pouco menos que Boulos e Nunes.
As duas pesquisas que serão divulgadas sábado foram contratadas pela TV Globo. Nas entrevistas que serão colhidas no próprio sábado, há a pergunta se o eleitor assistiu ao debate e “qual dos candidatos ele acha que se saiu melhor”. Com alta audiência e o fim do horário eleitoral televisivo nesta sexta, este último evento televisivo é importante para as campanhas.
O Datafolha deve ser publicado a partir das 18 horas de sábado. Ainda não há previsão de horário para a divulgação da Quaest.
Além da opinião do eleitor sobre quem se deu melhor no debate da TV Globo, os dois levantamentos tentarão mostrar qual a probabilidade de os eleitores irem votar no domingo. O primeiro turno em São Paulo teve abstenção de 27,34%, maior do que a média nacional (21,71%) – a qual a ministra Cármen Lúcia, presidente do TSE, classificou como “elevada”.
Enquanto a Quaest questiona a pessoa qual a “chance” de o eleitor “ir até o local de votação e votar em um candidato para prefeito”, o Datafolha pergunta qual a “certeza” que a pessoa tem de que vai votar neste segundo turno. Os pesquisadores também querem saber, com outros questionamentos, o quão interessado o eleitor está nessas eleições e qual é a vontade dele de ir votar.
A abstenção é uma preocupação neste segundo turno já que, em algumas cidades, incluindo a capital paulista, a segunda-feira (28) é ponto facultativo (dia do funcionário público). Em pronunciamento no TSE na quinta-feira (24), a presidente da Corte pediu que os eleitores compareçam às urnas e afirmou que o voto é o “instrumento” e a “bênção” da democracia.
Em São Paulo, a possibilidade de um alto número de eleitores não irem às urnas preocupa a campanha de Nunes. “Tanto o presidente Bolsonaro como Tarcísio, eu e o presidente Michel Temer também estava pedindo para as pessoas irem votar. A gente está com uma abstenção muito grande no histórico das eleições”, disse o prefeito na entrevista que concedeu à GloboNews logo após almoço com empresários e seus aliados, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, na terça-feira (22).
Já a campanha de Boulos demonstra menor preocupação com a chance de alta abstenção. Em evento de campanha com o vice-presidente Geraldo Alckmin, o ministro Márcio França (Empreendedorismo), também presente, torceu para que fizesse sol no domingo para o “pessoal ir para a praia”. Em agenda na quarta-feira (23), o candidato do Psol disse que seu eleitorado é “mais compromissado” e que tem certeza de que ele “não vai se abster nas urnas”.
*Estagiária sob supervisão de Joice Bacelo