Afastado da vida pública por sua amizade com o empresário Jeffrey Epstein, acusado de exploração sexual de menores, o príncipe Andrew foi envolvido em mais um escândalo nesta sexta-feira. Dessa vez, por sua ligação com um suposto espião chinês que foi proibido pela Justiça de entrar no Reino Unido. Segundo um tribunal de Londres à frente do caso, a proximidade entre os dois era tamanha que o homem tinha permissão para agir em nome do duque de York na busca de investidores chineses.
O Ministério do Interior britânico considerou que o indivíduo estava envolvido em “atividades secretas e enganosas” em favor do Partido Comunista da China e representava uma ameaça à segurança nacional. Os juízes concluíram que “H6” poderia “facilitar relações entre altos funcionários chineses e personalidades britânicas que poderiam ser exploradas” por autoridades de Pequim.
O homem, de 50 anos, recorreu da decisão, mas sua apelação foi indeferida pela Justiça britânica.
A proximidade do suposto espião com o príncipe Andrew era tamanha que este chegou a convidar “H6” para sua festa de aniversário em 2020, conforme revelado em uma audiência realizada em julho.
Por sua vez, a assessoria do príncipe Andrew afirmou, em um comunicado nesta sexta-feira, que ele “seguiu as orientações” do governo e “encerrou qualquer contato” com o indivíduo “assim que surgiram preocupações”.
O ex-secretário de Estado de Segurança do governo conservador anterior, Tom Tugendhat, declarou nesta sexta-feira à BBC que o caso era “extremamente embaraçoso”.
“Isso demonstra, receio, a ambição muito clara do Estado chinês de exercer sua influência em países estrangeiros”, acrescentou.
O príncipe Andrew, de 64 anos, renunciou a suas funções reais em 2019 devido aos laços com o falecido empresário americano Jeffrey Epstein, que cometeu suicídio na prisão no mesmo ano após ser alvo de uma extensa acusação de exploração e tráfico de menores.
O irmão do rei, que sempre negou as acusações, chegou a um acordo amigável em fevereiro de 2022 com Virginia Giuffre, de 40 anos, que o acusava de tê-la agredido sexualmente em 2001, quando ela tinha 17 anos e fazia parte da rede de tráfico de menores chefiada por Epstein.