Dos 32 esportes dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, apenas os que competem em dois devem receber remuneração extra ao conquistarem o ouro: o atletismo e o boxe. Nesta modalidade, os competidores que chegarem no 1º lugar devem receber — além dos prêmios em dinheiro pago pelos Comitês Nacionais, quando há — valores prometidos por federação e associação da modalidade.
Duas entidades esportivas se manifestaram divulgando que pagariam prêmio em dinheiro para os donos dos ouros: a World Athletics, do atletismo, e a Associação Internacional do Boxe (IBA).
Os atletas têm até o dia 11 de agosto, dia de encerramento dos Jogos de Paris 2024, para disputar medalhas de ouro, prata e bronze. Enquanto as finais do boxe vão até dia 10 de agosto, as do atletismo acontecem até último dia da Olimpíada.
Medalhistas do atletismo ganharão R$ 279 mil pelo ouro
O anúncio de que a World Athletics concederia prêmios em dinheiro, “recompensando financeiramente os atletas que alcançarem o auge do sucesso esportivo” foi divulgado em abril deste ano. A recompensa será dada para os atletas que ganharem uma medalha de ouro em cada um dos 48 eventos de atletismo em Paris.
O valor pago totalizará US$ 2,4 milhões, “reservado da alocação de participação na receita do Comitê Olímpico Internacional”, recebida pela entidade a cada quatro anos.
Cada competidor individual que conquistar a medalha de ouro receberá US$ 50.000, o equivalente a R$ 279 mil, no câmbio desta quinta (8), enquanto as equipes de revezamento — que receberão a mesma quantia — dividirão o valor entre a equipe, segundo o comunicado da entidade.
Medalhistas do boxe receberão US$ 100 mil
Diferente do atletismo, todos os campeões do boxe — no ouro, prata ou bronze — receberão recompensa da IBA. Para os medalhistas de ouro, haverá um pagamento no valor de US$ 100.000 (R$ 558.980), sendo que desse valor o atleta receberá US$ 50.000. A outra parte é dividida entre a Federação Nacional do atleta (US$ 25.000) e seu treinador (US$ 25.000).
Segundo a entidade, haverá também premiação para os outros medalhistas do pódio (prata e bronze) e para os atletas que perderam nas quartas de final e terminaram em 5º lugar.
A dúvida é se a IBA irá pagar o prêmio para o primeiro e segundo lugar do boxe feminino na categoria de 66 kg, final que será disputada por Imane Khelif e Yang Liu. As duas foram alvos de uma das polêmicas da Olimpíada, quando houve violência de gênero contra a atleta a argelina durante luta contra a italiana Angela Carini, que desistiu da luta com 46 segundos de disputa.
Na última semana, a Associação informou que pagaria para Carini o “prêmio em dinheiro da IBA como se ela fosse uma campeã olímpica”. O presidente da entidade, Umar Kremlev, disse que “apenas atletas elegíveis devem competir no ringue por uma questão de segurança”.
O COI havia divulgado, um dia antes, uma nota em que afirmava que todos os atletas participando no torneio de boxe dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 cumprem com as regulações de elegibilidade.
A IBA foi banida do circuito olímpico pelo COI por falhas recorrentes em integridade e transparência na governança da associação, acusada de manipulação de resultados e corrupção.
E os outros atletas, como ganham dinheiro?
Os competidores de Paris 2024 recebem, a depender do país, recompensas vindas de Comitês Olímpicos Nacionais (NOCs), governos, instituições privadas, patrocinadores, entre outros. Um levantamento do jornal “USA Today” com 25 Comitês Olímpicos Nacionais que disponibilizaram as informações mostrou que a Sérvia é o país que melhor paga para medalhistas de ouro, desembolsando US$ 214.900.
Já o atleta filipino Carlos Yulo ganhou de uma construtora um apartamento de R$ 3 milhões pelo ouro em Paris 2024, além de recompensas financeiras da Câmara dos representantes do país e de empresários locais.
O Conselho Executivo do COI já expressou, anteriormente, seu apoio a “recompensas financeiras justas” para atletas feito como forma de retribuir os competidores por seus desempenhos.
O COI não informou ao Valor, porém, se outras entidades esportivas estão recompensando os medalhistas desta edição dos Jogos.
