O presidente da distrital do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) de Nova York, John Williams, disse nesta quinta-feira, em evento do Economic Club of New York, que a política monetária está suficientemente restritiva e bem posicionada para trazer inflação de volta à meta de 2%. No entanto, disse que ainda não sabe quando o Fed irá alterar sua política monetária. “Eu não sinto qualquer urgência em tomar uma decisão agora”, disse.
Porém, ressaltou que, apesar da desaceleração da economia vista nos dados recentes de PIB e mercado de trabalho, eles continuam bastante sólidos. Williams também ressaltou que, embora a inflação tenha recuado da máxima de 40 anos de mais de 7% registrada em meados de 2022 para 2,7% na última leitura, ela segue muito elevada e nos últimos meses parou de cair.
Em evento em que encerra o mandato de Williams como presidente do Economic Club, ele reafirmou que os desequilíbrios entre oferta e demanda no mercado de trabalho seguem caindo, mas que o crescimento salarial ainda tem que esfriar para um patamar consistente com uma inflação de 2%.
Ele disse que o Fed fará o que for preciso para levar a inflação para a meta, mas que uma nova alta nos juros não é o cenário-base do banco central.
O presidente da distrital de Nova York projeta que a inflação deve terminar 2024 em torno de 2,5%, para recuar para um nível próximo de 2% em 2025 e atingir os 2% em 2026.
Já a previsão para o crescimento do PIB gira em torno de 2% a 2,5% para este ano enquanto a taxa de desemprego deve subir para 4% no fim do ano e depois voltar a cair para o patamar de longo prazo de 3,75%.
Williams disse também que eventos geopolíticos e cenário de crescimento da China seguem sendo riscos. “Por causa disso, nós continuaremos de olho na totalidade dos dados, para tomar decisões de política que assegurem que levemos a inflação para a meta de 2% de forma sustentável ao mesmo tempo que mantemos um mercado de trabalho forte”, disse.
Sobre o anúncio na reunião de maio do Fed de que eles começarão a reduzir o ritmo da diminuição do balanço de ativos a partir de junho, Williams explica que isso não é um sinal de que o banco central irá acabar com o aperto quantitativo. “Em vez disso, ao reduzir o ritmo, ficamos mais capazes de monitorar as condições e facilitar uma transição suave a um nível apropriado de reservas”, disse.