A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira a segunda fase da Operação Trapiche que busca provas “do financiamento dos atos de terrorismo” no Brasil. Estão sendo cumpridos um mandado de prisão preventiva e oito mandados de busca e apreensão nas cidades de Belo Horizonte, Uberlândia (MG), Contagem (MG), São Paulo (SP) e Brasília (DF). A Justiça Federal também determinou o sequestro de valores e bloqueios de contas bancárias, bem como a suspensão da atividade econômica de empresas.
De acordo com a PF, a atual fase da operação, batizada de Operação Trapiche-FT, descobriu que o principal investigado “aproveitando-se da situação de vulnerabilidade de imigrantes e refugiados, utilizou seus dados pessoais para abrir contas bancárias e empresas por onde circulou recursos de origem ilícita”.
As evidências reunidas no inquérito policial indicam que passagens aéreas utilizadas pelos brasileiros recrutados para viajarem ao exterior, onde foram entrevistados a fim de serem selecionados pela organização terrorista, foram financiadas com proventos do comércio ilícito de cigarros eletrônicos contrabandeados e vendidos em lojas de tabacarias no Brasil“, explica nota da PF.
“Verificou-se também que parte dos recursos com origem do contrabando foi destinada a contas bancárias de empresas de fachada que fazem parte do bilionário esquema de evasão de divisas e lavagem de dinheiro descoberto pela Operação Colossus, também deflagrada pela Polícia Federal”, complementa nota da corporação.
Ainda de acordo com a PF, depois de diversas transferências entre contas de empresas de fachada, os recursos de origem ilícitas foram convertidos em criptoativos e destinados a carteiras sancionadas por apresentarem vínculos com organizações terroristas.
Os investigadores destacaram ainda que os envolvidos no caso podem responder pelos crimes de contrabando, integração de organização terrorista, atos preparatórios de terrorismo, financiamento ao terrorismo e lavagem de dinheiro.