O petróleo fechou em queda forte nesta terça-feira (4), estendendo as perdas de mais de 3% da sessão anterior, ainda pressionado pelas decisões tomadas na reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) do último fim de semana. Com isso, os contratos futuros da commodity renovaram seus menores níveis de fechamento desde o começo de fevereiro.
No domingo passado (2), a Opep+ decidiu pela extensão dos cortes de oferta além do prazo inicial do fim de junho, o que já era esperado pelo mercado. No entanto, o cartel surpreendeu ao afirmar que vai encerrar gradualmente os cortes a partir do quarto trimestre deste ano, o que alterou as perspectivas de equilíbrio entre oferta e demanda por petróleo no futuro próximo.
Assumindo que o plano anunciado pela Opep+ seja seguido com rigor, a produção do cartel deve aumentar a partir de outubro e levar o mercado de petróleo a uma pequena sobreoferta até o fim do ano que vem, segundo projeção de Bill Weatherburn, economista sênior de commodities e meio ambiente da Capital Economics. “Assim, mantemos a nossa previsão de que o barril do Brent cairá a US$ 70 no quarto trimestre de 2025”, diz.
Para Weatherburn, há o risco de que o plano de redução dos cortes não seja inteiramente cumprido caso os preços do petróleo caiam muito. No entanto, o fato da Opep+ ter delineado um planejamento mostra que alguns membros do cartel estão insatisfeitos com as cotas de produção acordadas no passado.
“Supomos que essas preocupações com a participação no mercado e a demanda de petróleo acabarão vencendo e que a Opep+ seguirá com seu plano de aumentar a produção a partir de outubro deste ano”, diz o economista.