O conselho de administração da Petrobras aprovou nesta quinta-feira (21) o Plano Estratégico 2050 (PE 2050) e o Plano de Negócios 2025-2029 (PN 2025-29). A estatal prevê investimentos de US$ 111 bilhões entre 2025 e 2029, sendo US$ 98 bilhões na carteira de projetos em implantação e US$ 13 bilhões na carteira de projetos em avaliação, composta por oportunidades com menor grau de maturidade e sujeitas a estudos adicionais de financiabilidade antes do início da execução. O investimento total previsto para os próximos cinco anos é 8,8% superior ao volume previsto no plano anterior, que abarcava o período de 2024 a 2028.
A empresa destacou que, com o objetivo de reforçar sua visão de longo prazo, separou o plano, este ano, em duas peças: o PE 2050, que propõe refletir sobre o futuro do planeta e como a empresa quer ser reconhecida em 2050; e o PN 2025-29, com metas de curto e médio prazos, visando pavimentar o caminho da companhia para o futuro a partir de seus posicionamentos estratégicos.
“O Plano Estratégico 2050 preserva a visão da Petrobras de ser a melhor empresa diversificada e integrada de energia na geração de valor, construindo um mundo mais sustentável, conciliando o foco em óleo e gás com a diversificação em negócios de baixo carbono (inclusive produtos petroquímicos, fertilizantes e biocombustíveis), sustentabilidade, segurança, respeito ao meio ambiente e atenção total às pessoas”, diz a empresa no comunicado enviado ao mercado na noite desta quinta-feira (21).
A estatal afirma que possui a “vantagem competitiva” de ter uma produção de petróleo com baixo custo e “uma das menores intensidades de carbono do mundo”. “Essas condições permitem conciliar a liderança na transição energética justa com a exploração responsável de óleo e gás no país, de forma a manter o patamar de produção futuro próximo ao atual. Assim, o planejamento da Petrobras incorpora a ambição de que a empresa deve manter sua relevância atual no fornecimento de energia e no desenvolvimento econômico do Brasil”, diz a companhia, que destaca que pretende manter, em 2050, a representatividade de 31% da oferta primária de energia do Brasil. “Além disso, a Petrobras reafirma a ambição de neutralizar suas emissões operacionais até 2050”, acrescenta.
No quinquênio de 2025 a 2029, a companhia vai concentrar esforços no aproveitamento das oportunidades do mercado de óleo e gás, com foco em reposição de reservas, na produção crescente com menor pegada de carbono e na ampliação da oferta de produtos mais sustentáveis e de maior qualidade no seu portfólio.
O segmento de exploração e produção (E&P) deverá receber US$ 77,3 bilhões entre 2025 e 2029, 5% a mais que no plano anterior. Deste total, 60% será destinado ao pré-sal.
O plano considera cotação de equilíbrio do barril do tipo Brent, em média, a US$ 28 e intensidade de carbono de até 15 kgCO2e por barril de óleo equivalente no quinquênio. A companhia também prevê uma média do Custo Total do Petróleo Produzido (CTPP), que inclui custo de extração, participações governamentais e depreciação e depleção (quando há queda da produção), de US$ 36,5 por barril de óleo equivalente, considerando participações governamentais de acordo com o Brent médio estimado como premissa do planejamento.
Serão implantados 10 novos sistemas de produção até 2029, utilizando tecnologias de última geração que permitem mais eficiência e menores emissões, sendo que nove já estão contratadas. Além disso, há cinco projetos em implantação para além de 2029 e mais seis projetos em estudo. A Petrobras é a operadora de todos esses projetos, com exceção do Raia, que é operado pela Equinor.
Com o plano, a Petrobras projeta atingir a produção total de 3,2 milhões de barris equivalentes de óleo e gás por dia (boed), sendo 2,5 milhões de barris apenas de óleo. Para o acompanhamento do plano, considera-se uma margem de variação de 4% para mais ou para menos.
Os investimentos apenas em exploração deverão somar US$ 7,9 bilhões até 2029, 5% a mais que no plano anterior. A destinação sustentável de equipamentos e abandono de poços demandarão US$ 9,9 bilhões nos próximos cinco anos.
A empresa ainda revisou o limite da dívida bruta para US$ 75 bilhões, após análise da estrutura de capital mais adequada para a empresa. O limite anterior era de US$ 65 bilhões.
De acordo com a companhia, o valor é aderente à minimização do custo de capital, aos riscos do fluxo de caixa e a uma gestão eficiente de caixa e liquidez. O aumento do teto da dívida considera métricas de alavancagem robustas, mesmo em cenários de baixos preços do Brent, além de proporcionar maior flexibilidade em relação à crescente relevância dos afretamentos na dívida bruta.
A petroleira destacou ainda, no Plano de Negócios divulgado nesta quinta-feira (21), que o fluxo de caixa livre previsto — considerado “robusto” pela estatal — permite estimativa de “sólidos dividendos”, com projeção de US$ 45 bilhões a US$ 55 bilhões em dividendos ordinários no cenário-base, com flexibilidade para pagamentos extraordinários.
Ainda de acordo com a estatal, o PN 2025-29 considera, entre as premissas para a financiabilidade, a geração de caixa superior aos investimentos e obrigações financeiras; caixa mínimo de US$ 6 bilhões; intervalo de referência da dívida bruta de US$ 55 bilhões a US$ 75 bilhões, com convergência no patamar de US$ 65 bilhões; e pagamento de dividendos conforme a Política de Remuneração aos Acionistas vigente.