O ministro de Minas e Energia e presidente licenciado do PSD em Minas Gerais, Alexandre Silveira, criticou a união do governador Romeu Zema (Novo) e do ex-prefeito Alexandre Kalil (Republicanos) em torno da candidatura do deputado Mauro Tramonte (Republicanos) à prefeitura de Belo Horizonte.
“O palanque com Kalil e Zema é a demonstração da hipocrisia. Todos os dois fizeram campanhas políticas falando chega de político. Isso não deu certo e agora estão juntos. Isso é a coisa mais espúria que pode existir. (…) Estão se unindo por pura questão de oportunismo eleitoral”, afirmou Silveira a jornalistas.
Silveira apoia a candidatura à reeleição do prefeito Fuad Noman (PSD), que era vice-prefeito na gestão de Kalil e herdou o cargo quando o ex-prefeito renunciou ao cargo para se candidatar ao governo de Minas Gerais. Kalil apoiou em Minas a candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enquanto Zema apoiou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Kalil saiu do PSD se filiou ao Republicanos na semana passada. A decisão irritou o PSD, que esperava apoio do ex-prefeito ao seu ex-vice.
Após a mudança de partido, Fuad Noman exonerou dez aliados de Kalil nesta semana. Entre os demitidos estão a sobrinha da sua irmã, Giseli Kalil, a fotógrafa Amira Hissa; Fernanda Amarante Guimarães, com quem Kalil se relacionou entre 2011 e 2012; a sobrinha da ex-primeira-dama Ana Laender, Carolina Leander, que trabalhava na Secretaria de Cultura; Raimundo Cirilo Martins, marido da cunhada de Kalil, que atuava na Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica.
“Quem vai julgar essa opção de unir cobra e jacaré no mesmo palanque é o povo de Belo Horizonte”, disse Silveira. O ministro acrescentou que, se Kalil “cultivasse na alma o sentimento mais nobre da gratidão, não teria virado as costas nesse momento ao prefeito e ao partido”, disse Silveira.
Tramonte lidera as pesquisas eleitorais. A pesquisa da Quaest divulgada no dia 16 de julho apontava o candidato com 25% das intenções de voto. Fuad Noman tem 9%.
