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O que os números de emprego, indústria, comércio e serviços revelam sobre a economia brasileira em agosto | Brasil

Redação
por Redação

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (11) o desempenho do setor de serviços em agosto. Com isso, encerrou a série de indicadores conjunturais daquele mês. Ao lado do volume de serviços, as vendas do comércio, a produção da indústria e a geração de empregos dão o tom do comportamento da economia brasileira.

Os demais dados conjunturais de agosto, no entanto, vieram no campo negativo – serviços e comércio – ou perto da estabilidade – como a indústria. O comportamento aponta para a desaceleração da atividade econômica no terceiro trimestre, afirmam economistas, até porque vinha de início de ano crescimento expressivo. O Produto Interno Bruto (PIB) subiu 1,4% no segundo trimestre de 2024, ante o primeiro trimestre, quando já tinha avançado 1%.

Para o terceiro trimestre, as projeções para o PIB são mais modestas. Levantamento feito com alguns bancos, consultorias e corretoras mostram que as estimativas começam em alta de 0,2% na série com ajuste sazonal – LCA Consultores e da Tendências Consultora –, passam pelos 0,4% do Itaú e vão até o crescimento de 0,5% da XP Investimentos e da Kinitro Capital.

Há um certo grau de incerteza nas projeções para o trimestre, no entanto, por causa de uma revisão da série histórica da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), como aponta o chefe de pesquisa da Kinitro, João Savignon.

Confira em detalhes, a seguir, o desempenho dos diferentes segmentos da economia:

Último dado divulgado, o volume de serviços prestados no país caiu 0,4% em agosto, ante julho. No desempenho entre cinco os segmentos que compõem o setor, houve equilíbrio: dois em queda, dois em alta e um estável. O recuo ocorre após um novo recorde da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), obtido em julho, e duas altas mensais seguidas.

O resultado veio abaixo da expectativa do mercado, que era de alta de 0,1% pelo Valor Data. A maior surpresa, no entanto, veio de uma mudança na série histórica da pesquisa por causa da entrada de informações de uma agência de agenciamento de publicidade. O crescimento de 1,2% do volume de serviços prestados no país em julho, ante junho, foi revisto para uma alta de apenas 0,2%.

Após subir 0,6% em julho, o varejo restrito voltar a recuar em agosto, ante mês anterior, coim queda de 0,3% segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC). O gerente da pesquisa, Cristiano Santos, classifica o movimento como estabilidade.

Os dados mostram, no entanto, um espalhamento de taxas negativas: sete das oito atividades do varejo restrito – que não inclui veículos, material de construção ou atacarejo – tiveram retração de vendas no mês. No varejo ampliado, que inclui esses outros segmentos, a queda foi ainda mais intensa em agosto, de 0,8%.

Após cair 1,4% em julho, a indústria conseguiu escapar de nova queda e subiu 0,1% em agosto, na série da Pesquisa Industrial Mensal-Produção Física (PIM-PF). Quando se considera só a indústria de transformação, houve recuo de 0,3% da produção, o segundo mês seguido de queda (-1,4% em julho).

A taxa positiva, no entanto, disfarça um resultado com predominância de dados negativos: 18 dos 25 ramos industriais pesquisados pelo IBGE e das quatro grandes categorias econômicas (bens de capital e bens duráveis). O desempenho de agosto foi um sinal de alerta, segundo o gerente da pesquisa, Andre Macedo.

O mercado de trabalho permanece aquecido: o trimestre encerrado em agosto foi de recordes em diferentes indicadores, como população ocupada; empregados no setor privado e no setor público; e trabalhadores com carteira e sem carteira.

A população ocupada cresceu 1,2% ante trimestre anterior, para 102,5 milhões de pessoas.O número de empregados no setor privado avançou 1,7% ante o trimestre anterior, para 52,9 milhões. Dentro do setor privado, houve recordes tanto no contingente dos trabalhadores com carteira de trabalho (38,6 milhões, 0,8% a mais que no trimestre anterior) quanto o daqueles sem carteira de trabalho (14,2 milhões, alta de 4,1% ante o trimestre anterior).

Os recordes também foram registrados no número de trabalhadores informais – 39,826 milhões – e na massa de rendimentos – R$ 326,2 bilhões. O contingente total da força de trabalho – que inclui os trabalhadores ocupados e aqueles em busca de trabalho – também atingiu o maior número da série histórica da pesquisa, 109,8 milhões de pessoas.

A divulgação dos dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – referência para a meta oficial de inflação no país – é mais rápida. Logo, o IBGE já divulgou não apenas o resultado de agosto (-0,02%) como o de setembro (0,44%).

A variação de agosto foi a mais baixa desde junho de 2023 (-0,08%). Naquele mês, dois grupos de despesas apresentaram deflação: alimentação e bebidas (-0,44%) e habitação (-0,51%).

A aceleração da alta de preços entre agosto e setembro, por sua vez, pode ser explicada pela interrupção da deflação em alimentação e bebidas – grupo com aumento de 0,50% dos preços em setembro – e pela expansão de 5,36% do preço da energia elétrica, com a vigência da bandeira vermelha patamar 1, que traz custo adicional de R$ 4,463 a cada 100kwh consumidos. Ambos os movimentos refletem fatores climáticos, como seca, ausência de chuva, estiagem e as consequentes queimadas.

Fonte: Externa

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