Novas pesquisas sugerem que o Alzheimer, que ainda intriga muitos cientistas, pode ser causado pelo acúmulo de gotículas de gordura nas células cerebrais.
Essa descoberta pode ser um passo significativo para a criação de tratamentos mais eficazes para a doença.
Compreendendo as possíveis causas do Alzheimer
As causas exatas do Alzheimer ainda são temas de debate entre os especialistas. Atualmente, as principais hipóteses envolvem o acúmulo de proteínas beta-amiloides e de emaranhados de tau nas células cerebrais.
No entanto, a presença de placas gordurosas em cérebros de pacientes que morreram de Alzheimer já é conhecida desde o início do século XX. Mas existem poucas pesquisas voltadas para essa possível causa.
Uma pesquisa recente, publicada na Nature Medicine, sugere a ligação entre o acúmulo de gordura nas células cerebrais e a doença de Alzheimer.
Nesta pesquisa, estudiosos da Universidade Stanford concentraram-se em um gene chamado APOE, que codifica uma proteína que ajuda a transportar gordura para dentro e para fora das células. Existem diferentes variantes desse gene, e a variante APOE4 traz o maior risco para o desenvolvimento de Alzheimer – embora ainda não esteja claro o motivo para isso.
Os resultados da pesquisa
Os cientistas realizaram uma técnica de sequenciamento de RNA unicelular para identificar quais proteínas estavam sendo produzidas em células cerebrais de pessoas que morreram de Alzheimer e que apresentavam genes APOE4 ou genes APOE3.
Como resultado, constatou-se que aqueles que apresentavam a variante do gene APOE4 tinham níveis mais altos de uma enzima específica que aumentava as gotículas de gordura nas células cerebrais.
Uma vez expostas à proteína beta-amiloide, essas células acumulavam ainda mais gordura, especialmente no caso da variante APOE4.
Conclusões e próximos passos
A equipe concluiu que no Alzheimer, o acúmulo de amiloide possivelmente desencadeia o acúmulo de gordura, podendo levar também ao acúmulo de tau nos neurônios.
Isso resulta em morte neuronal, levando aos típicos sintomas de Alzheimer, como perda de memória e confusão mental.
Apesar do avanço, mais estudos são necessários para confirmar as descobertas deste estudo e possíveis implicações para o tratamento da doença de Alzheimer.