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Nunes oficializa candidatura ao lado de Bolsonaro e com oração de Michelle em SP | Política

Redação
por Redação

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), oficializará sua candidatura à reeleição em convenção partidária neste sábado (3), ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do governador do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em evento que deve ter uma oração puxada pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL). O evento, permeado por acenos ao bolsonarismo, selará a aliança de Nunes com lideranças da direita.

A presença de Bolsonaro e de Tarcísio, cotado como eventual candidato à Presidência em 2026, darão um peso nacional à convenção, em contraponto à presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de ministros na convenção que oficializou há duas semanas a candidatura do deputado federal Guilherme Boulos (Psol). O ex-presidente gravou um vídeo convocando seus apoiadores para a convenção da chapa e reforçou o tom nacional. “Será o nosso encontro com a democracia e o futuro do Brasil.”

Tarcísio de Freitas, Ricardo Nunes e Jair Bolsonaro em evento em comemoração ao aniversário da Rota, no centro de São Paulo — Foto: Cristiane Agostine/Valor

Indicado pelo ex-presidente, o ex-coronel Mello Araújo deve discursar e na campanha dará peso eleitoral à pauta da segurança. O ex-policial militar já comandou a Rota e defendeu tratamento diferenciado em abordagens realizadas pela polícia nos Jardins (área nobre da capital) e na periferia. O bolsonarista dirigiu a Ceagesp durante o governo Bolsonaro, em uma gestão marcada pela militarização da companhia.

Com a indicação para a chapa, a Polícia Militar de São Paulo, comandada por Tarcísio, impôs sigilo de 100 anos a processos administrativos disciplinares abertos pela corporação contra Araújo.

Em tom já usado por Bolsonaro nas eleições presidenciais, Nunes e seus aliados devem reforçar a ideia de que é preciso “salvar” São Paulo da “extrema-esquerda”, em ataque a Boulos. O prefeito compôs um arco de aliança (MDB, PL, PSD, Republicanos, União Brasil, Progressistas, Podemos, Solidariedade, Avante, Mobiliza, Agir e PRD), maior do que a chapa de Bruno Covas (PSDB) em 2020. Naquela eleição, Nunes foi eleito vice de Covas e assumiu a prefeitura em maio de 2021, depois da morte do tucano.

A pré-campanha do prefeito explorará a divisão do PSDB e levará dissidentes tucanos que não apoiam a candidatura do apresentador José Luiz Datena, oficializada pelos tucanos no sábado (27). O grupo “Tucanos com Ricardo Nunes” deve ir uniformizado, com camisetas ressaltando o apoio ao prefeito, sob a liderança do ex-presidente do diretório paulistano do PSDB Fernando Alfredo.

A ala tucana incluirá Tomás Covas, filho de Bruno Covas e integrante da gestão municipal. Renata Covas, mãe de Bruno, que deixou o PSDB quando Datena se filiou, também deve participar.

O prefeito começa oficialmente o período eleitoral envolto em suspeitas e polêmicas, como a decisão da Polícia Federal de investigá-lo no esquema conhecido como “máfia das creches”. A PF concluiu em inquérito que houve desvio de dinheiro público na gestão de creches na capital entre 2016 e 2020, estimado em R$ 1,5 bilhão, e vai para apurar o suposto envolvimento de Nunes. O prefeito nega qualquer irregularidade e ressalta que não foi indiciado.

A “máfia das creches” envolveria, de acordo com o inquérito, escritórios de contabilidade e empresas de fachada especializadas em emitir notas frias. A PF decidiu continuar as investigações sobre Nunes com a justificativa de que haveria suspeitas de lavagem de dinheiro por meio da empresa de dedetização da família do prefeito. Na época dos supostos desvios, Nunes era vereador da capital.

O prefeito além de negar irregularidades, vincula o surgimento de denúncias sobre a máfia das creches ao período eleitoral, para atingi-lo.

Outro assunto explorado pela oposição é um Boletim de Ocorrência registrado em 2011 pela esposa de Nunes, Regina Carnovale, por violência doméstica. Nunes disse, em entrevista recente ao UOL e “Folha de S.Paulo” que o BO foi “forjado”, mas a Polícia Civil confirmou o registro do documento.

Ainda no sábado, depois da convenção do MDB, o União Brasil vai sacramentar o apoio a Nunes, em evento com a presença do prefeito. O deputado Kim Kataguiri lançou sua pré-candidatura pelo partido, mas não obteve respaldo. “Não desisti de disputar. Fui desistido e sabotado pelo meu partido”, disse Kataguiri, que declarou “voto útil” em Nunes.

Tarcísio de Freitas ao lado de Jair Bolsonaro, Ricardo Nunes e Ricardo Mello Araújo (da esquerda para direita) — Foto: Reprodução/X
Tarcísio de Freitas ao lado de Jair Bolsonaro, Ricardo Nunes e Ricardo Mello Araújo (da esquerda para direita) — Foto: Reprodução/X

Fonte: Externa

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