Para o endocrinologista Wellignton Santana da Silva Junior, professor da UFMA (Universidade Federal do Maranhão) e atua como diretor do Departamento de Diabetes da SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia), o contexto nutricional dos pacientes precisa ser levado em conta, já que nenhum alimento sozinho é capaz de prevenir uma doença.
É possível que, quem adote maior consumo de iogurte, opte também por comer menos açúcar refinado e alimentos ultraprocessados, sendo este último hábito o que justificaria a menor incidência de diabetes, e não o maior consumo de iogurte em si. Wellignton Santana da Silva Junior, endocrinologista
A relação entre diabetes tipo 2 e iogurte
Embora não seja possível afirmar que o consumo de iogurte previna o diabetes tipo 2, essa suposição é levantada com base em evidências preliminares que sugerem que uma microbiota diversificada pode ser responsável pela redução da inflamação, que, por sua vez, diminuiria o risco de diabetes, pois evita alterações no organismo.
Entretanto, segundo a nutricionista Ticiane Bovi, doutora em ciências médicas pela Unicamp e professora da Faculdade de Medicina da USP, é difícil determinar se são os probióticos presentes no iogurte isoladamente ou a combinação de nutrientes presentes no alimento, como cálcio, vitamina D e proteína, que oferecem esse benefício.
“Outra hipótese é o fato de o iogurte apresentar um perfil proteico interessante, que gera uma maior saciedade, o que resultaria em uma menor ingestão calórica. Além disso, seu baixo teor de carboidratos contribui para um menor pico de glicose após as refeições, o que é relevante no contexto da resistência à insulina”, comenta Bovi.