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Morre Alain Delon, astro do cinema francês | Eu &

Redação
por Redação

Alain Delon, o ator francês de reconhecimento internacional que deu vida tanto a vilões quanto a policiais e que conquistou corações ao redor do mundo, morreu aos 88 anos, segundo informaram os meios de comunicação franceses neste domingo (18).

Delon também foi produtor, atuou em peças teatrais e, em seus últimos anos, em filmes para a televisão.

Seus filhos anunciaram seu falecimento neste domingo (18) em um comunicado na agência nacional de notícias francesa France-Presse. As homenagens a Delon surgiram imediatamente nas redes sociais, e todos os grandes meios de comunicação franceses mudaram sua programação para revisitar sua extensa carreira.

Ele havia sido diagnosticado com linfoma de células B, um tipo de câncer, segundo revelou seu filho Anthony este ano.

Durante o último ano, o frágil estado de saúde de Delon esteve no centro de uma disputa familiar sobre seus cuidados, o que gerou trocas de declarações duras na mídia entre seus três filhos.

No auge de sua carreira, nas décadas de 1960 e 1970, alguns dos diretores mais renomados do mundo, de Luchino Visconti a Joseph Losey, queriam trabalhar com Delon.

Nos últimos anos, ele se mostrou desiludido com a indústria cinematográfica e afirmou que o dinheiro havia matado o sonho. “Dinheiro, comércio e televisão destruíram a máquina de sonhos”, escreveu em uma edição de 2003 do semanário Le Nouvel Observateur. “Meu cinema está morto. E eu também.”

No entanto, ele continuou trabalhando com frequência e apareceu em várias produções televisivas já aos setenta anos.

A presença de Delon era inesquecível, tanto interpretando heróis depravados quanto protagonistas românticos. Ele foi inicialmente aclamado por “Plein Soleil” (“O Sol por Testemunha”), de 1960, dirigida por René Clément, na qual interpretava um assassino que tentava usurpar a identidade de sua vítima.

Ele fez vários filmes italianos e trabalhou com Visconti no filme de 1961 “Rocco e i suoi fratelli” (“Rocco e Seus Irmãos”), em que Delon interpreta um irmão abnegado que tenta ajudar seus irmãos. O filme ganhou o Prêmio Especial do Júri no Festival de Cinema de Veneza.

O filme de 1963 de Visconti, “Il gattopardo” (“O Leopardo”), protagonizado por Delon, ganhou a Palma de Ouro, o maior prêmio do Festival de Cinema de Cannes. Ele também trabalhou em filmes como “Paris brûle-t-il?” (“Paris Está em Chamas?”), com um roteiro de Gore Vidal e Francis Ford Coppola, entre outros; “La piscine” (“A Piscina”), dirigida por Jacques Deray, e “The Assassination of Trotsky” (“O Assassinato de Trotsky”), de Losey.

Delon começou a produzir filmes em 1968 —26 até 1990— com uma energia e autoconfiança que manteve ao longo de sua vida.

Essa autoconfiança era evidente quando, em 1996, ele disse à revista Femme: “Eu gosto que me amem como eu me amo!”, uma atitude que se refletia em seu carisma nas telas.

Delon continuou a cativar o público por anos, embora ao longo do caminho tenha sido criticado por comentários considerados ultrapassados. Em 2010, ele apareceu em “Un mari de trop” e, em 2011, retornou ao palco com “Une journée ordinaire”, ao lado de sua filha Anouchka.

Ele presidiu brevemente o júri de Miss França, mas renunciou em 2013 após uma divergência sobre algumas declarações controversas, que incluíam críticas às mulheres, aos direitos LGBTQ+ e aos migrantes. Apesar dessas polêmicas, em 2019, ele recebeu a Palma de Honra de Cannes, uma decisão que gerou debate.

Ele nasceu em 8 de novembro de 1935 em Sceaux, ao sul de Paris, e foi colocado em uma família adotiva após a separação de seus pais quando ele tinha 4 anos. Mais tarde, frequentou um internato católico.

Aos 17 anos, ele se juntou à Marinha e foi enviado para a Indochina. De volta à França em 1956, trabalhou em diferentes empregos, como garçom ou entregador no mercado de carne de Paris, antes de começar a atuar.

Delon teve seu filho Anthony em 1964 com sua então esposa Nathalie Canovas, que apareceu com ele no filme de Jean-Pierre Melville “Le samouraï” (“O Samurai”), de 1967. Ele teve mais dois filhos, Anouchka e Alain-Fabien, com uma parceira posterior, Roselie van Breemen, com quem produziu uma música e um videoclipe em 1987. Também se acreditava que ele era o pai de Ari Boulogne, filho da modelo e cantora alemã Nico, embora ele nunca tenha reconhecido publicamente a paternidade.

O ator francês Alain Delon saindo do set de seu filme “Os Sicilianos” durante uma pequena pausa nas filmagens no centro de Roma, em 27 de março de 1969 — Foto: Jim Pringle/AP Photo

Fonte: Externa

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