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Mercado global pode sofrer inundação de petróleo até o fim da década, diz AIE | Mundo

Redação
por Redação

Os mercados globais devem enfrentar um “excedente espantoso” de petróleo equivalente a milhões de barris por dia até o fim da década, aponta o relatório anual sobre a indústria da Agência Internacional de Energia (AIE), divulgado nessa quarta-feira (12). Esse cenário se desenhará à medida que as empresas petrolíferas aumentam a produção, enquanto a demanda desacelera por conta das fontes de energia renováveis.

Esse petróleo extra resultaria em níveis de capacidade não utilizados nunca vistos, a não ser no auge dos confinamentos da covid-19, em 2020. Isso poderia desestabilizar os esforços da OPEP + para gerir o mercado e inaugurar uma era de preços mais baixos.

“As projeções deste relatório, baseadas nos dados mais recentes, mostram um grande excedente de oferta emergindo nesta década, sugerindo que as empresas petrolíferas devem garantir que suas estratégias de negócios e planos estejam preparados para as mudanças que estão ocorrendo”, disse Fatih Birol, diretor executivo da AIE.

Demanda global de petróleo em 2030

Apesar da desaceleração, a demanda global de petróleo em 2030 ainda está prevista para aumentar em 3,2 milhões de barris por dia em relação a 2023. O aumento será impulsionado pela forte demanda das economias da Ásia – particularmente, por um aumento no uso de gasolina na Índia e um setor petroquímico em expansão na China.

No entanto, as crescentes vendas de carros elétricos, melhorias na eficiência do combustível e o uso de energias renováveis para geração de eletricidade irão cada vez mais compensar esses ganhos.

Em economias desenvolvidas, a demanda está prevista para cair de cerca de 45,7 milhões de barris por dia em 2023 para 42,7 milhões de barris por dia em 2030. Excluindo a pandemia, a última vez que a demanda por petróleo foi tão baixa foi em 1991.

Liderança de EUA, Brasil, Canadá, Argentina e Guiana

Enquanto isso, a AIE aponta que o crescimento da capacidade de produção global será liderado por produtores fora da aliança OPEP+ – particularmente EUA, Brasil, Canadá, Argentina e Guiana –, que devem responder por três quartos do aumento esperado até 2030.

A capacidade de produção de petróleo da OPEP+ está prevista para crescer em 1,4 milhão de barris por dia de 2023 a 2030, liderada por Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Iraque. Segundo o relatório, a participação total do grupo no mercado de petróleo caiu para 48,5% este ano – a menor desde que a aliança foi formada em 2016, devido aos cortes voluntários de produção.

O secretário-geral da OPEP +, Haitham Al Ghais, descreveu as previsões ao “Financial Times” (FT) como “perigosas” e alertou para “um caos energético em uma escala potencialmente sem precedentes”, se os produtores pararem de investir em novos projetos de petróleo e gás.

Fonte: Externa

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