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Mercado de trabalho deve continuar aquecido até fim do ano, aposta FGV | Brasil

Redação
por Redação

O mercado de trabalho deve continuar aquecido até o fim do ano, afirmou Rodolpho Tobler, economista do Instituto Brasileiro de Economia Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre). O técnico fez a avaliação ao comentar a alta, em agosto, de 1,5 ponto no Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp), para 83,1 pontos – a maior pontuação desde setembro de 2022 (83,8 pontos). O dado foi anunciado pela fundação nessa quarta-feira (4).

Outra pesquisa já havia indicado emprego em alta até julho, conforme o IBGE informou, no fim de agosto, na pesquisa Pnad Contínua, relembrou Tobler. Na aferição, a taxa de desemprego ficou em 6,8% no trimestre terminado em junho, menor nível para trimestre finalizado naquele mês da história da pesquisa, iniciada em 2012. A população ocupada também foi recorde no trimestre encerrado em julho, completou o instituto na ocasião.

“O mercado de trabalho opera aquecido, e os dados da Pnad, com recorde de população ocupada, já mostravam isso”, resumiu.

Ao ser questionado das razões de continuidade no ímpeto de abertura de vagas, o especialista ponderou que isso tem a ver, principalmente, com a atividade econômica aquecida, com demanda interna em alta. Ele apontou a alta de 1,4% no Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre ante o primeiro, anunciada, nessa terça (3), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ou seja, até junho, a economia encontrava-se em boa trajetória, comentou.

Isso é percebido pelos empresários, que não contratam mais a não ser que se tenha demanda que justifique novas vagas, observou. “Uma coisa que também vemos é que diferente do ano passado, quando a expansão na atividade econômica foi mais impulsionada pela agropecuária; a alta da economia em 2024 é mais disseminada”, notou ainda.

Quando indagado sobre a possibilidade de continuidade de altas no IAEmp, em horizonte de longo prazo, para 2025, Tobler foi cauteloso. Ele afirmou que a economia mais aquecida do que o esperado renovou apostas do mercado em novas subidas na taxa Selic. Isso porque atividade mais aquecida pode levar a uma maior pressão inflacionária.

Nesse caso, uma das estratégias usadas pelo Banco Central é elevar a Selic, que norteia juros de mercado, para inibir consumo e, com isso, diminuir o ritmo de demanda interna – o que acaba ajudando a “frear” avanço da atividade econômica como um todo, observou ele.

Com isso, continuou o economista, caso ocorra diminuição no ritmo da demanda, atualmente aquecida, os empresários podem não se sentir tão mais propensos a abrir vagas, explicou Tobler.

No entanto, mesmo que ocorra alta na Selic esse ano, o efeito de uma elevação na taxa, na economia real, opera com defasagem de seis meses a nove meses. Ou seja: não afetaria a cadência da economia, e do consumo, de forma imediata, em curto e médio prazos. Isso ajudaria a manter mercado de trabalho aquecido até o término de 2024, ressaltou o economista.

“Creio que o IAEmp continuará em trajetória positiva até fim do ano. Podem ser mais brandas ou tímidas, com alguma oscilação, mas serão altas”, disse.

Fonte: Externa

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