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Menor desemprego no Brasil é impulsionado por economia aquecida, diz IBGE | Brasil

Redação
por Redação

A taxa de desemprego de 6,1% no trimestre finalizado em novembro, a menor da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), decorre de um conjunto de fatores, e não de uma única razão somente, específica. Também é impulsionada por quadro de economia aquecida. As observações partiram de Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas Domiciliares do instituto.

A especialista lembrou trajetória recente de crescimento da atividade econômica, até novembro. “A expansão das atividades econômicas é um dos componentes desse processo [de baixa da taxa de desemprego]”, disse.

Ela pontuou que o crescimento da economia, por sua vez, favorece renda, o que impulsiona consumo interno. Com demanda aquecida, os empregadores sentem maior necessidade de abrir novas vagas, com impacto favorável na população ocupada, no mercado de trabalho; e consequente redução da taxa de desemprego.

A técnica foi indagada, ainda, sobre possibilidade de continuidade de tal cenário em 2025. Beringuy pontuou que é preciso acompanhar evolução de ritmo da economia, em próximos meses, visto ser esse um dos principais fatores para o atual quadro favorável de mercado de trabalho.

“Isso vai depender do desempenho das atividades econômicas, que têm sido fundamentais [para taxa de desemprego menor]” disse. “Qualquer movimento vai depender do contexto macroeconômico, e do quanto as atividades econômicas vão demandar de população ocupada, seja para manter nível de consumo ou até mesmo para sua própria expansão” afirmou.

A técnica frisou, no entanto, que cada atividade econômica tem suas particularidades específicas, no que concerne à ritmo de abertura de vagas.

“Por exemplo, temos agricultura, que cada vez mais demanda menor população ocupada” comentou, a citar questões climáticas, que tem afetado negativamente produtividade no campo. “Por outro lado temos construção, que expandiu muito em 2024” disse, a pontuar que esse segmento demanda mão de obra expressiva. “Mas podemos dizer que o movimento [favorável no mercado de trabalho esse ano] é bem espalhado e não vem de uma atividade específica. O movimento que temos, em 2024, é bem consistente”, afirmou.

A massa salarial dos trabalhadores até novembro cresceu devido à atual bom momento da economia, com demanda e atividade aquecidas, e com crescimento de emprego formal, no mercado de trabalho, segundo a coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, Adriana Beringuy.

A Pnad Contínua divulgada hoje mostrou que a massa de rendimentos real habitualmente recebida por pessoas ocupadas (em todos os trabalhos) foi recorde, de R$ 332,7 bilhões no trimestre móvel encerrado em novembro, alta de 2,1% frente ao trimestre móvel anterior (encerrado em agosto) ou R$ 7,1 bilhão a mais. Frente a igual período de 2023, houve avanço de 7,2%, ou R$ 22,5 bilhões a mais, no trimestre finalizado em novembro desse ano.

“A massa salarial cresce porque a população ocupada está em expansão contínua” disse Beringuy, a reiterar bom momento da economia como um dos fatores impulsionar população ocupada. “E um dos destaques é o crescimento dos ‘com carteira’”, disse, a citar trabalhadores com carteira assinada.

Na Pnad, o país teve recorde de empregados no setor privado, com 53,5 milhões; e de trabalhadores com carteira assinada, com 39,1 milhões. “Os trabalhadores com carteira de trabalho tem rendimento médio maior do que aqueles relacionados com ocupações informais” disse ela. “De fato, a melhoria no valor do rendimento também tem a ver com isso”, admitiu.

O quadro positivo de mercado de trabalho, até trimestre finalizado em novembro, foi favorecido por movimento mais aquecido de vendas de comércio, por conta de antecipação de compras de Natal e “Black Friday” – semana de promoções – em novembro. Esses fatores, informou Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas Domiciliares do Intituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), levaram a bom momento de abertura de vagas não somente no varejo, mas em outros relacionados às vendas no setor.

Beringuy fez as observações ao comentar a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), anunciada nesta sexta-feira (27), pelo IBGE. No estudo, a taxa de desemprego foi de 6,1%, a menor da série histórica iniciada em 2012. População ocupada no mercado de trabalho, bem como massa de rendimentos real habitualmente recebida por pessoas ocupadas (em todos os trabalhos) foram recordes, até trimestre móvel finalizado em novembro.

“E não necessariamente todo esse efeito de [maior] contratação, a visar vendas de fim de ano, em novembro, em dezembro, vai ser apenas na população ocupada no comércio”, disse ela. A especialista informou que esse movimento também vai impactar, favoravelmente, atividades auxiliadoras que fazem parte de comercialização on-line de vendas – como por exemplo transporte, armazenamento de cargas e logística.

No trimestre finalizado em novembro, a população ocupada no comércio subiu 1% ante trimestre móvel anterior, finalizado em agosto; e avançou 3,6% ante mesmo trimestre em 2023. Já a população ocupada em transportes, armazenagem e correioa subiu 2,2% ante trimeste móvel finalizado em agosto; e cresceu 5,8% em comparação com mesmo período em 2023.

Sobre a questão da “Black Friday” a técnica pontuou ainda que foi-se o tempo em que a semana promocional de varejo ocorria apenas em um dia ou uma semana do mês de novembro. O comércio, comentou ela, agora começa a antecipar bastante o período promocional, e até mesmo a montar prévias, no mês de outubro, relacionadas à data – o que, na prática, pode inferir antecipações de contratações, atender à demanda mais aquecida, relacionada ao período.

Fonte: Externa

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