A Matrix Energia, empresa que tem como controladores o fundo de investimentos Prisma e o grupo Duferco, realizou uma segunda emissão de debêntures verdes no valor de R$ 100 milhões por meio de sua subsidiária Get Comercializadora, para financiar a instalação de 224 megawatt-hora (MWh) de sistemas de armazenamento de energia em grande escala.
Este montante de 224 MWh é uma fatia do total de 750 MWh que a empresa pretende instalar ao longo dos próximos dois anos com a Huawei Digital Power, braço de energia do conglomerado chinês Huawei. Nesta parceria, a Huawei fornece os equipamentos e a Matrix faz a captação dos clientes (como shoppings, frigorífico, indústria alimentícia, entre outros) para implementação de sistemas de armazenamento.
“Toda a capacidade de Bess que será instalada no Brasil pela Matrix é fruto da parceria exclusiva com a Huawei. No nosso planejamento inicial, previmos a instalação de 224 MWh em baterias até 2025 — o volume mencionado na emissão de debêntures verdes. No entanto, devido a desenvolvimentos recentes, uma grande demanda por baterias por parte de nossos clientes e potenciais clientes, além de outras oportunidades que essa solução está trazendo, assinamos um Memorando de Entendimento (MOU) com a Huawei para triplicar essa capacidade até o final de 2027”, explica Marsano.
Esse arranjo financeiro se baseia no conceito de energia como serviço (“energy as a service”, em inglês). Nesse modelo, os clientes pagam por um serviço sem precisar realizar os investimentos, por exemplo, em infraestrutura ou equipamentos.
Assim como outros “players” do setor elétrico, o mercado de capitais tem sido fundamental para apoiar o plano de investimentos das empresas. No caso da Matrix, a emissão de debêntures verdes com a Caixa é uma das linhas de financiamento, mas a empresa diz explorar outras opções, com foco em linhas de crédito específicas para soluções verdes, seja para baterias ou ativos em geração solar.