Bairros arborizados da Zona Oeste paulistana, predominantemente ocupados por residências de luxo, e condomínios horizontais de alto padrão ocupam o topo da lista de interesse do público triple A. É o que revela estudo inédito da imobiliária Coelho da Fonseca referente ao primeiro semestre, com dados relacionados às vendas de imóveis e buscas registradas na plataforma da empresa no período.
O mesmo Alphaville ocupa o top 3 dos endereços com maior número de negócios fechados pela empresa entre janeiro e junho. A localidade dividiu a performance com Alto de Pinheiros e a região dos Jardins. A pesquisa listou os imóveis vendidos a partir de R$ 2 milhões.
Na comparação com os resultados da primeira metade do ano passado, Jardim Guedala (50%) e Alphaville (37%) lideram em crescimento de vendas, seguidos por Vila Nova Conceição (10%), Jardins e Alto de Pinheiros, ambos com 5%. No geral, a Coelho da Fonseca afirma ter vendido 30% a mais no primeiro semestre de 2024 na comparação com o mesmo período de 2023.
Para o diretor executivo da corretora, Álvaro Marco Coelho da Fonseca, os números confirmam o apelo que bairros arborizados e majoritariamente residenciais de São Paulo têm exercido sobre o comprador de imóveis de alta renda.
“São lugares mais tranquilos, com muito verde e bons para morar. Além disso, têm casas à venda dentro de lotes extensos e com grande potencial para reforma”, afirma.
A localização estratégica desses endereços também tem contribuído para atrair ainda mais interesse — Jardim Guedala, Cidade Jardim e Alto de Pinheiros são bairros muito próximos ao eixo financeiro da Avenida Faria Lima. “A vantagem é que os valores do metro quadrado nesses locais são inferiores aos do Itaim, por exemplo, que é vizinho do corredor empresarial mais pulsante da cidade”, analisa Fonseca.
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Já o sucesso de Alphaville é creditado por ele a dois movimentos internos: moradores locais em busca de mais conforto — trocando apartamentos por casas em condomínio — e a aceitação do mercado do novo patamar de preços cobrados na região. “Alphaville demorou um pouco para assimilar o aumento do valor de venda das residências, mas, a partir deste semestre, o movimento passou a ser mais bem compreendido, e o mercado ficou aquecido por lá”, analisa o diretor da Coelho da Fonseca.
Outro denominador comum entre esses bairros mais desejados pelos paulistanos é a oferta crescente de condomínios residenciais horizontais — um produto que veio para ficar, segundo o executivo, porque atende à demanda por espaço e tem conseguido contornar o problema de segurança por ser muito bem vigiado.
Especialista na construção desse tipo de empreendimento, Francesco Rivetti, CEO da Three Desenvolvimento Imobiliário, também destaca a segurança como fator decisivo para o sucesso dos novos condomínios, que contam com guaritas blindadas, eclusas para pedestres e veículos, circuito de câmeras, sensores inteligentes e gerador de energia para 100% da demanda. “São elementos que têm convencido as famílias a voltar a morar em casas dentro da cidade”, avalia.
Vila Nova Conceição renova oferta e anima compradores
Bairro nobre da Zona Sul tem lançamentos de nova safra de imóveis de alto padrão em suas divisas
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Quem está ainda mais em evidência no radar do cliente de alta renda em São Paulo é a Vila Nova Conceição. A região nobre da Zona Sul, vizinha ao Parque do Ibirapuera e ao eixo financeiro da Faria Lima, teve a oferta de imóveis renovada com a chegada de projetos que ocupam os limites de seu perímetro, na Avenida Santo Amaro.
A injeção de novos empreendimentos aconteceu em virtude do plano de revitalização da via, entre as avenidas Juscelino Kubitschek e Bandeirantes, de 2015. Desde então, as incorporadoras passaram a investir na formação de terrenos nas redondezas.
As obras só começaram em julho de 2022, ano também dos primeiros lançamentos de alto padrão na que era a fronteira menos badalada do bairro. Em abril deste ano, a primeira fase foi concluída com o aterramento de fios e o alargamento de calçadas e pistas.
Dentre os projetos dessa nova safra estão o Park View, da Marquise Incorporações, e o Bueno Brandão 257, da Tegra Incorporadora. O primeiro será uma torre com apartamentos de 175 a 338 metros quadrados, projetada pela aflalo/gasperini arquitetos, com paisagismo de Benedito Abbud e interiores de Fernanda Marques, que deve ser entregue em janeiro do ano que vem.
O Bueno é formado por mansões suspensas de até 923 metros quadrados e projetado pelo escritório Königsberger Vannucchi, com ambientes internos de Roberto Migotto e áreas verdes assinadas por Ricardo Cardim. A entrega está prevista para o fim de 2025.
Mas, antes mesmo dessa recente renovação, a Vila Nova Conceição já figurava entre os endereços mais valorizados e desejados da cidade, com o preço de metro quadrado na faixa dos R$ 20 mil.
Em julho passado, a startup imobiliária Loft incluiu a Praça Pereira Coutinho, no coração do bairro, na lista dos logradouros mais caros da capital paulista, com base em 54 mil imóveis vendidos entre abril de 2023 e o mesmo mês deste ano. O valor médio das transações ali foi de R$ 18 milhões.