No momento em que a economia dos Estados Unidos continua a dar sinais de desaceleração, o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, estará no centro das atenções dos participantes do mercado nesta terça-feira, ao ser sabatinado no Senado americano, às 11h. Os próximos passos da política monetária americana, assim, seguem no radar dos agentes econômicos e podem ajudar a direcionar os ativos de risco, que têm tido um bom desempenho nas últimas sessões, em especial em Wall Street, onde o S&P 500 e o Nasdaq têm renovado recordes em sequência.
Ontem, o bom desempenho das ações da Petrobras deu apoio ao Ibovespa e, assim, a bolsa brasileira continua a ser o ativo doméstico de melhor desempenho nas últimas semanas, especialmente quando comparado ao câmbio e aos juros futuros. “Ainda vejo bastante valor nos ativos locais, para quem tem visão de longo prazo, mas tenho convicção de que teremos volatilidade ao longo do caminho e essa discussão fiscal ainda está longe de ter sido totalmente endereçada”, afirma Dan Kawa, sócio da We Capital.
Para ele, uma mudança na tendência negativa nos mercados locais só ocorrerá “quando tivermos medidas concretas, críveis e viáveis de ajuste das contas públicas”. Nesse sentido, o executivo avalia que o mercado está barato e com posição técnica saudável, o que pode gerar “‘espasmos’ de recuperação, mas que serão curtos na ausência de mudanças estruturais de cenário econômico”.