A frustração dos participantes do mercado com os balanços das “big techs” Microsoft e Meta Platformas ontem se reflete no comportamento dos futuros dos principais índices acionários em Nova York, que operam em queda firme na manhã desta quinta-feira. Os agentes, agora, se voltam aos números do deflator dos gastos com consumo (PCE) nos Estados Unidos e aos pedidos semanais de seguro-desemprego antes do relatório de empregos (“payroll”) de amanhã e da decisão de política monetária da próxima semana do Federal Reserve (Fed).
O dólar também se enfraquece globalmente, após o Banco do Japão (BoJ) adotar uma postura “hawkish” (agressiva), mesmo mantendo a taxa de juros inalterada. Além disso, dados de inflação e de emprego na zona do euro mostraram desempenhos mais fortes na manhã desta quinta-feira, o que também dá apoio ao euro e retira dos preços chances maiores de uma flexibilização monetária mais agressiva pelo Banco Central Europeu (BCE) no fim deste ano.
Soma-se a esse movimento a proximidade das eleições presidenciais nos EUA e um leve recuo nas apostas em um “red sweep” após pesquisas em alguns estados-chave mostrarem força adicional da democrata Kamala Harris. Ainda assim, as apostas em uma vitória do ex-presidente Donald Trump na corrida pela Casa Branca e do Partido Republicano nas eleições legislativas seguem no topo nas bolsas de apostas mais acompanhadas pelos mercados.
Assim, fatores externos de relevância podem continuar a alterar a rota dos ativos domésticos, enquanto o mercado ainda aguarda a divulgação do plano de medidas de ajustes fiscais. A percepção de que a equipe econômica e a Casa Civil estão alinhadas quanto corte de gastos, defendida pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, evitou nova rodada de depreciação do real e queda no Ibovespa, além de alta mais expressiva nos juros futuros.
Após a divulgação dos dados de criação de postos formais de trabalho do Caged de setembro mais fortes que o esperado, hoje novos dados do mercado de trabalhos serão conhecidos, com a divulgação da taxa de desemprego da Pnad Contínua a poucos dias da decisão de política monetária do Banco Central do Brasil.