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Lula: ‘Quando tem que aumentar os juros, tem que aumentar’ | Finanças

Redação
por Redação

Durante entrevista à rádio Gaúcha nesta sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que “quando tem que aumentar a taxa de juros, tem que aumentar” e que “não há interferência do governo”, ao ser questionado sobre a taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 10,50% ao ano.

“Eu, às vezes, fico chateado porque as pessoas se esquecem que eu fui presidente durante oito anos e eu tive um presidente do BC durante oito anos. Quando tem que aumentar os juros, tem que aumentar”, disse.

O presidente afirmou que “na hora que tiver que reduzir a taxa de juros, ele vai ter que ter coragem de dizer que vai reduzir. Na hora que precisar que aumentar, ele vai ter que ter a mesma coragem de dizer que vai aumentar”. De acordo com o presidente, na economia não há mágica. “Todo momento que o presidente da República se meteu a ser economista não deu certo este país.”

“Eu não estou discursando, estou dizendo uma coisa que já aconteceu na prática quando fui presidente e terminei meu mandato com economia crescendo 7,5%, maior taxa de crescimento da massa salarial, com aumento do salário mínimo.”

O presidente ressaltou que vai trocar o presidente do Banco Central e que trabalha com a expectativa de que os juros comecem a cair. “Espero que a taxa de juros do Fed, banco central americano, comece a cair para que a gente possa ter mais tranquilidade.”

Segundo Lula, antes de indicar o próximo presidente do BC, ele quer conversar com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e com o presidente da comissão “para que as pessoas, ao serem indicadas, sejam votadas logo para que as pessoas não fiquem não sofrendo um desgaste de especulação política durante meses e meses”. Os nomes indicados pelo presidente precisam ser aprovados pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal.

Lula afirmou não saber se o indicado para a presidência da autoridade monetária será o diretor de política monetária do BC, Gabriel Galípolo. “Eu não sei se é o Galípolo, eu sei que eu tenho o direito de indicar o presidente do BC, eu tenho que indicar o presidente do Banco Central e tenho que indicar mais alguns diretores.”

Segundo o presidente Lula, a pessoa a ser indicada precisa ter caráter, muita seriedade e muita responsabilidade. “A pessoa que eu indicar não deve favor ao presidente da República. A pessoa que eu vou indicar é uma pessoa que vai ter compromisso com o povo brasileiro.”

Sobre as críticas que fez a atuação do Banco Central e ao presidente da instituição, Roberto Campos Neto, Lula diz que não tem problema pessoal com Campos Neto e que ele não o desagradou, mas desagradou o país. “Desagradou o país, desagradou o setor produtivo deste país.”

O presidente voltou a afirmar que não há explicação para o patamar da taxa de juros. “Não existe explicação para isso, nós obviamente que levamos em conta a necessidade de autonomia do Banco Central, mas é importante lembrar que o Banco Central deve ao povo brasileiro, ele não é uma instituição autônoma do povo brasileiro.”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva — Foto: Ricardo Stuckert/PR

Fonte: Externa

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