A Moura Dubeux, incorporadora que atua na região Nordeste, reportou no terceiro trimestre um lucro líquido de R$ 89 milhões, aumento de 92,6% sobre o mesmo período de 2023.
- Se você gostou desse post, não esqueça de compartilhar:
- Confira os resultados e indicadores da Moura Dubeux e das demais companhias de capital aberto no portal Valor Empresas 360
A empresa obteve receita líquida de R$ 501,7 milhões de julho a setembro, crescimento de 66,2% em um ano, com margem bruta de 33,1%, queda de 3,4 pontos.
Diego Villar, diretor-presidente da incorporadora, explica que a queda se deve à compra em dinheiro de um terreno. Para o quarto trimestre, afirma, já é esperado que o indicador volte à casa dos 35%.
Ao final de setembro, a Moura Dubeux tinha R$ 64,3 milhões em dívida líquida, ante um caixa positivo em R$ 21 milhões no mesmo mês de 2023. A alavancagem, medida pela dívida líquida sobre o patrimônio líquido, era de 4,2%, ante um valor negativo de 1,6% um ano antes.
Na parte operacional, o terceiro trimestre foi marcado por quatro lançamentos, com valor geral de venda (VGV) potencial de R$ 1,1 bilhão, alta de 242,8% em um ano.
As vendas e adesões líquidas da Moura Dubeux somaram R$ 1 bilhão no período, alta de 146,2%.
Sistema de condomínio fechado
Villar destaca que, do total vendido no período, R$ 802,2 milhões vieram do sistema de condomínio fechado, no qual os clientes aderem ao empreendimento por cotas e as quitam integralmente até o fim da obra. Após o IPO (oferta pública inicial de ações) da Moura, em 2020, havia dúvidas no mercado sobre a “profundidade” da demanda por esse sistema. “Estamos completando cinco anos de ciclo e ele só melhorou ao longo do tempo”, diz. “Não é algo pontual, é consistente e é rentável”.
A estratégia da Moura para os próximos cinco anos é levar o modelo de condomínio fechado “ao limite do que o mercado absorve”, afirma, o que seria algo entre R$ 1,1 bilhão e R$ 1,5 bilhão em lançamentos ao ano.
A empresa também projeta lançar em torno de R$ 1,2 bilhão anuais na marca Mood, voltada à classe média, e Villar afirma que poderiam lançar mais R$ 1,2 bilhão anuais no sistema de incorporação, mais tradicional, mas que exige tomada de dívida.
Esse volume na incorporação, no entanto, só será alcançado se a alavancagem estiver em patamar considerado baixo para o negócio, e também já incluindo uma distribuição mínima de R$ 100 milhões em dividendos.
A empresa deve fechar 2024 com R$ 2,6 bilhões em lançamentos.
A Moura Dubeux anunciou seu primeiro pagamento de dividendos, desde o IPO em 2020, de R$ 54,7 milhões, o que corresponde a R$ 0,65 por ação ordinária, a serem pagos no dia 22. Villar afirma que é o início de um ciclo de pagamentos recorrentes, semestrais.