A LOG Commercial, que desenvolve, aluga e administra condomínios logísticos, reportou no primeiro trimestre um lucro líquido atribuível aos controladores de R$ 55,1 milhões, o dobro do registrado no mesmo período de 2023.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) subiu 36,4% no mesmo intervalo, para R$ 74 milhões. Já a receita líquida caiu 19,7% em um ano, para R$ 53,8 milhões, impactada pela venda de ativos que somou R$ 1,7 bilhão em 12 meses — não houve vendas no trimestre. Com isso, a área bruta locável (ABL) da Log caiu 11,2% em um ano, para 1 milhão de metros quadrados.
O lucro vindo da atividade de locação recuou 68,5% desde o início de 2023, para R$ 9,8 milhões, mas o resultado da atividade de desenvolvimento passou de prejuízo de R$ 2 milhões para lucro de R$ 45,4 milhões.
A Log CP registrou margem bruta de 97,3%, queda de 1,4 ponto percentual.
A empresa tem dívida líquida que representa 36,1% do patrimônio líquido, alta de 0,7 ponto em um ano. A dívida líquida ajustada sobre Ebitda foi de 2,6 x, ante 2,79 x no início de 2023.
Houve geração de caixa operacional de R$ 28,2 milhões, recuo de 62,3%.
A vacância nos condomínios da Log era de 1,88% em março, estável e abaixo da média nacional de 10%. O ticket médio da locação atingiu R$ 20,62, alta de 2,5% no ano.
Na semana passada, a Log comunicou ao mercado a venda de 138 mil metros quadrados em dois condomínios para o fundo de investimento imobiliário (FII) BTLC11, por R$ 509,7 milhões, com margem bruta de 40,9%.
O presidente da Log, Sérgio Fischer, afirma que a empresa deve chegar a 220 mil metros quadrados vendidos no ano, o que deve gerar de R$ 800 milhões a R$ 900 milhões, mesmo valor que será aplicado no capex para desenvolvimento de novos empreendimentos, “para manter uma dívida líquida estável”, diz.
De janeiro a março, a Log entregou 57 mil metros quadrados de área bruta locável (ABL) em novos condomínios, já totalmente pré-locados. A empresa tem ainda 12 projetos em obras e a meta de entregar 500 mil metros quadrados neste ano. Segundo Fischer, as entregas devem se acelerar nos próximos trimestres, e o desempenho do ano deverá ser recorde, superando a melhor marca até o momento, de 415 mil metros quadrados em 2022.
Metade dos quase 450 mil metros quadrados que ainda serão entregues em 2024 já estão pré-locados, afirma o executivo.
Fischer diz estar otimista com o ano, por ver um mercado de FIIs mais líquido, que tem aceitado valores mais altos pelos ativos, aliado a custo de construção estável e preços de locação com tendência de alta.
As previsões recentes de queda mais tímida da Selic deixam o cenário mais “conturbado”, mas Fischer afirma que a diferença prevista não deve ser “transformacional” para o setor de FIIs. “É setor que está cada vez mais maduro, vai faltar ativo”.