A BHP, maior mineradora do mundo em valor de mercado, reportou lucro líquido de US$ 7,9 bilhões em seu ano fiscal finalizado em junho, 39% abaixo do lucro dos US$ 12,9 bilhões reportados no mesmo período do ano anterior.
No ano fiscal de 2024, a BHP Brasil reconheceu uma cobrança no demonstrativo de resultados de US$ 3,8 bilhões em relação ao rompimento da barragem, que reflete a mudança na avaliação dos custos estimados para resolver todos os aspectos da reivindicação do Ministério Público Federal e das obrigações do acordo. Em 30 de junho de 2024, a provisão da BHP Brasil para o rompimento da barragem de Samarco era de US$ 6,5 bilhões.
Já a baixa contábil, segundo a mineradora, reflete o excesso de oferta no mercado global de níquel, que resultou em uma queda acentuada nos preços futuros do metal no curto a médio prazo; a escalada nos custos de capital para a Western Australia Nickel; e também mudanças nos planos de desenvolvimento, incluindo a decisão do grupo, anunciada em 11 de julho, de suspender temporariamente as operações da Nickel West e o projeto West Musgrave na Western Australia Nickel.
Ajustado a estes efeitos, o lucro da companhia foi de US$ 13,6 bilhões para o ano, ante ao resultado de US$ 13,4 bilhões no ano anterior e às expectativas dos analistas de um ganho de US$ 13,52 bilhões, de acordo com um consenso compilado pela Visible Alpha.
No ano fiscal, a receita da companhia somou US$ 55,7 bilhões, uma alta 3% em relação ao ano fiscal de 2023. Este aumento foi principalmente devido aos preços médios realizados mais altos para minério de ferro e cobre, combinados com maiores volumes de vendas, parcialmente compensados por preços médios realizados mais baixos para carvão térmico e níquel.
“A BHP apresentou um conjunto robusto de resultados no ano fiscal de 2024, com base em um desempenho operacional sólido. Entregamos volumes recordes na Western Australia Iron Ore, onde ampliamos nossa liderança como o produtor de minério de ferro de menor custo do mundo. Em nossos ativos globais de cobre, aumentamos os volumes totais de cobre em 9% pelo segundo ano consecutivo e esperamos entregar mais 4% no ano fiscal de 2025”, disse Mike Henry, executivo-chefe da BHP.
Como resultado, os diretores da BHP declararam um dividendo final de US$ 0,74 por ação, elevando o pagamento anual da mineradora para US$ 1,46 por ação. Seu dividendo final representou 53% do lucro ajustado, abaixo dos 59% do ano anterior.