Uma pesquisa eleitoral no Estado de Iowa divulgada no fim de semana indica uma vantagem de 3 pontos percentuais da vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, sobre o ex-presidente Donald Trump na corrida presidencial, liderança impulsionada pela preferência entre as mulheres.
De acordo com as sondagens divulgadas no sábado pelo “Des Moines Register/Mediacom Iowa“, Kamala lidera com 47%, contra 44% do ex-presidente Donald Trump.
Alguns veículos de imprensa apontam que a liderança de Kamala em Iowa pode ser explicada, parcialmente, pelo aumento do apoio de eleitoras mais velhas e independentes, o que animou os democratas na esperança de que os números indiquem uma tendência mais ampla.
Em contrapartida, os republicanos acenderam o sinal de alerta, mas classificaram os indicativos como um caso isolado, já que toda a delegação de Iowa no Congresso é republicana e há anos a preferência no estado tem sido pelo Partido Republicano. A campanha de Trump classificou a pesquisa como “absurda”, enquanto o presidente do Partido Republicano do Iowa, Jeff Kaufmann, disse no X que a pesquisa deveria ser considerada “propaganda” e afirmou que Trump ganharia no estado.
Apesar do indício de vantagem, os democratas pediram cautela. Segundo a presidente do partido Democrata de Iowa, Rita Hart, “esta é apenas uma sondagem, e o que realmente importa é que os habitantes do Iowa apareçam e façam ouvir a sua voz”, disse a jornalistas.
O que poderia explicar a vantagem de Kamala nesta reta final das eleições em Iowa, estado em que se inicia o processo de prévias partidárias nos EUA, seria uma reação ao recente comício de Trump no Madison Square Garden, em Nova York, onde alguns oradores fizeram comentários racistas, sexistas e considerados humilhantes.
A líder democrata da Câmara de Iowa, Jennifer Konfrst, afirmou que as restrições ao aborto estão a motivar sobretudo as mulheres. “Elas estão fartas de ver os políticos interferirem nos consultórios médicos”, afirmou. O estado proíbe o aborto após as seis semanas de gravidez.
O levantamento mostra uma liderança de 13 pontos da democrata entre os que não se declaram apoiador de nenhum partido, e uma distância de 28 pontos entre as mulheres deste grupo – 57% disseram preferir a candidata, contra 29% do republicano.
No sábado, outra pesquisa, do “Emerson College Polling”, indicou que Trump estava à frente em Iowa por 10 pontos. Kamala está à frente entre as mulheres por 5 pontos, enquanto na sondagem de Iowa ela liderava por 20 pontos entre as mulheres.
Kamala – que pode se tornar a primeira presidente mulher da história dos Estados Unidos – fez promessas visando especificamente o público feminino na reta final da campanha. A candidata enfatizou o apoio a direitos relacionados à saúde reprodutiva e ao aborto e culpou Trump pela revogação do entendimento da Suprema Corte sobre o direito das mulheres de acesso ao procedimento.
Embora pesquisas em âmbito nacional mostrem uma preferência consistente das mulheres por Kamala, o resultado em Iowa se destaca. E parece que nesta reta final, o apoio à democrata ganhou impulso, já que uma sondagem do “New York Times/Siena College” aponta que Kamala obteve ganhos na Carolina do Norte, onde a sua vantagem de 2 pontos contrasta com a conclusão da sondagem no final de setembro, que apontava para uma vantagem de 3 pontos de Trump; e na Geórgia, onde Kamala estava 4 pontos atrás no final de setembro e agora liderava por 1 ponto. Mas a mesma sondagem também revelou que a corrida na Pensilvânia – que é particularmente crítica para as hipóteses de Kamala – tinha ficado empatada, depois de Kamala ter liderado por 4 pontos em setembro.
Uma pesquisa separada, divulgada no domingo pela “NBC News”, revelou que os dois candidatos estavam empatados a 49% no âmbito do eleitorado nacional, o que deixa a corrida presidencial ainda mais indefinida.