Um juiz de Atlanta decidiu na sexta-feira (15) que a promotora distrital do condado de Fulton, Fani Willis, pode continuar processando o ex-presidente Donald Trump e seus corréus na acusação de tentativa de anular a eleição presidencial de 2020 na Geórgia. Mas ela vai precisar afastar um de seus principais auxiliares, Nathan Wade.
Segundo o site Politico, a defesa de Trump denunciou Willis por suposta má-conduta no caso, após revelar que ela mantinha um relacionamento amoroso com o promotor auxiliar que contratou para o caso. Ou seja, Wade teria recebido vantagem financeira do relacionamento.
Para o juiz do Tribunal Superior do Condado de Fulton, Scott McAfee, essa relação não equivalia a um conflito de interesses que poderia forçá-la a sair do processo criminal contra o ex-presidente, mas traria “uma aparência de impropriedade”. Ele também classificou como um “tremendo” lapso de julgamento o depoimento anterior de Willis e Wade sobre o momento em que iniciaram seu relacionamento.
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Segundo a AP, embora o juiz tenha dado a Willis a opção de permanecer no caso, as alegações ameaçam prejudicar sua reputação e manchar a percepção do público sobre a acusação. Trump e seus aliados aproveitaram as alegações nas últimas semanas para reduzir a credibilidade de Willis.
Caso exposto
Durante semanas, manchetes embaraçosas sobre a escapadas românticas do casal, sexo e dinheiro escondido dominaram a cobertura da mídia sobre o caso.
Willis contratou Wade para liderar a equipe para investigar e processar Trump e outras 18 pessoas sob a acusação de que tentaram reverter ilegalmente sua derrota para o democrata Joe Biden na Geórgia na última eleição presidencial. A acusação usou um estatuto normalmente associado a mafiosos para acusar o ex-presidente, advogados e outros assessores de uma “empreitada criminosa” para mantê-lo no poder.
Após serem alvo das denúncias dos aliados de Trump, os promotores tiveram de testemunhar em audiências em fevereiro sobre o início de seu relacionamento. Embora eles tenham alegado que começaram a namorar depois que ele se tornou promotor especial, um ex-amiga e funcionária de Willis disse na corte que viu os dois se abraçando e se beijando antes de ele ser contratado.
Em sua decisão, McAfee disse não ter encontrado nenhum indício de que os direitos do devido processo legal de Trump e dos outros réus tenham sido violados ou que as questões envolvidas os prejudicaram de alguma forma. Para ele, a desqualificação de um oficial constitucional, como um promotor distrital, não é necessária quando uma opção menos drástica é suficiente.
(Com Reuters)