O Parlamento do Japão aprovou, nesta terça-feira (17), um orçamento suplementar de US$ 90 bilhões de dólares para o atual ano fiscal, que vai até março do próximo ano, visando garantir o financiamento de um novo pacote econômico, incluindo medidas de alívio da inflação e custos de reconstrução após desastres.
A coalizão governista do primeiro-ministro Shigeru Ishiba precisou do apoio de partidos de oposição na câmara baixa, mais poderosa, após perder a maioria na eleição geral de outubro. No entanto, ainda mantém o controle da câmara alta.
O bloco governista, liderado pelo Partido Liberal Democrata (PLD), de Ishiba, aceitou várias demandas do Partido Democrático para o Povo (DPP), incluindo o aumento do limite de isenção de impostos sobre a renda anual, atualmente em 1,03 milhão de ienes, um ponto-chave de sua plataforma que ajudou o partido a aumentar significativamente suas cadeiras na Dieta durante a eleição.
O PLD e seu parceiro de coalizão júnior, Komeito, têm buscado um consenso com o DPP sobre os detalhes do aumento do limite de isenção fiscal, visando incentivar os trabalhadores de meio período a trabalharem mais horas e aumentarem sua renda.
Com o orçamento suplementar, o governo de Ishiba implementará um pacote econômico totalizando 39 trilhões de ienes, com subsídios para conter os custos crescentes de energia e pagamentos únicos em dinheiro para famílias de baixa renda.
O orçamento suplementar para o ano fiscal de 2024 também inclui gastos para os esforços de reconstrução na Península de Noto, atingida por um forte terremoto no Dia de Ano Novo e por chuvas intensas em setembro.
O governo financiará cerca de metade do orçamento extra, ou 6,7 trilhões de ienes, por meio da emissão de novos títulos públicos, o que gera temores de que a saúde fiscal do Japão, já a pior entre as principais economias avançadas, possa se deteriorar ainda mais.