O Itaú Unibanco informou que concluiu a alienação da totalidade das ações Classe A da XP que detinha. Ainda assim, permanece com 8.285.060 ações Classe B da corretora, que representam 1,54% do capital social total da companhia. “Referida alienação não deve acarretar efeitos materiais nos índices de capital e nos resultados da companhia neste exercício social”, diz o banco.
O balanço do Itaú no segundo trimestre menciona que o banco fez pequenas vendas de ações da XP em março e abril, mas não traz detalhes.
O casamento de Itaú com a XP ocorreu em 2017, quando o banco anunciou a compra de uma fatia de 49,9% na corretora e a intenção de assumir o controle. No ano seguinte, porém, o Banco Central vetou a compra do controle e o “divórcio” começou em 2021. Naquele ano, o banco segregou sua participação na XP e a devolver aos seus acionistas. Assim, a Itaúsa, holding controladora do banco, ficou com uma fatia relevante na plataforma de investimentos.
Na época dessa segregação, foi combinado que a Itaúsa poderia vender sua participação na XP em até seis block trades. O diretor-presidente da Itaúsa, Alfredo Setubal, chegou a dizer que não tinha pressa de se desfazer do ativo. “A ideia é ser acionista da XP de forma decrescente, mas ao longo de muitos anos”, comentou. O desinvestimento, no entanto, veio mais rápido que o esperado, em quatro operações e dois anos.
Em 2022, o Itaú exerceu uma opção de compra que constava no contrato original e ficou com uma fatia de 11,36% na XP. Logo na sequência, vendeu uma pequena parcela para ficar abaixo de 10% e não se enquadrar em uma regra que estipula que, no caso de um banco ter uma participação superior a esse percentual em outra instituição financeira, deve ocorrer uma dedução no seu capital regulatório.
Há dois anos, o CEO do Itaú, Milton Maluhy, já havia avisado que não lhe parecia provável que o banco fizesse uma nova segregação da fatia de 11,37% na XP. “Os múltiplos da XP mudaram muito, em comparação com quando fizemos o ‘spin-off’ no ano passado. O momento de saída [desse investimento] é uma decisão que vamos analisar com calma, olhando o curto, médio e longo prazo”, comentou na ocasião.