A Itália está planejando um aumento acentuado nos impostos sobre turistas para ajudar as cidades com dificuldades financeiras a aumentar suas receitas e tornar os visitantes “mais responsáveis”, à medida que os moradores ficam cada vez mais preocupados com o excesso de turismo.
“Em tempos de excesso de turismo, estamos debatendo isso para que realmente ajude a melhorar os serviços e tornar os turistas que o pagam mais responsáveis”, afirmou a ministra do Turismo, Daniela Santanchè, em postagem nas redes sociais.
Segundo “Financial Times” (FT), o plano prevê aumentar o teto do imposto sobre turistas para 5 euros por quarto por noite para quartos de hotel que custam abaixo de 100 euros, 10 euros por noite para quartos que custam de 100 euros a 400 euros, 15 euros para quartos com preços de 400 euros a 750 euros, e 25 euros para quartos que custam mais de 750 euros.
O turismo na Itália viu uma forte recuperação após o colapso causado pela covid-19, com associações da indústria estimando que a chegada de turistas estrangeiros em 2023 foi de 65 milhões — equivalente aos níveis anteriores à pandemia.
No entanto, muitos italianos estão indignados com as consequências do excesso de turismo, à medida que centros históricos das cidades perdem seu caráter tradicional e cada vez mais apartamentos urbanos são convertidos em aluguéis para curta temporada.
Por outro lado, associações de hotéis e da indústria de viagens estão em alerta contra o plano. Em comunicado, a Federalberghi, uma associação que representa hotéis de pequeno e médio porte, afirmou que o “objetivo comum deve ser apoiar o crescimento, e não desacelerá-lo”.
O debate surge enquanto a Itália enfrenta uma grande pressão sobre suas finanças públicas, com sua carga de dívida, de acordo com previsões do FMI, prevista para alcançar quase 140% do PIB este ano, e seus custos anuais com o serviço da dívida agora quase iguais aos gastos com a educação pública.