Militares israelenses disseram nesta quarta-feira (20) que mataram cerca de 90 homens armados e prenderam 160 em um ataque ao hospital Al-Shifa, em Gaza, uma alegação que o grupo islâmico Hamas negou.
Al-Shifa, o maior hospital da Faixa de Gaza antes da guerra, é agora uma das poucas instalações de saúde ainda parcialmente operacionais no norte do território, e também abrigava civis.
“No último dia, as tropas eliminaram terroristas e localizaram armas na área do hospital, evitando danos a civis, pacientes, equipes médicas e equipamentos médicos”, disseram os militares em um comunicado.
Também foram publicados os nomes e fotografias de dois soldados israelenses mortos na operação.
A incursão de Israel no hospital começou na madrugada de segunda-feira (18). Os militares, que publicaram vídeos de supostos esconderijos de armas dentro da instalação, disseram que enviaram forças especiais apoiadas por infantaria e tanques, com base em informações de inteligência que mostrariam que o hospital estava sendo usado novamente por homens armados.
Ismail Al-Thawabta, diretor do escritório de mídia do governo de Gaza, disse que todos os mortos eram pacientes feridos e civis abrigados dentro do hospital.
“O exército de ocupação israelense pratica mentira e engana ao espalhar sua narrativa como parte da justificação de seus crimes contínuos e infratores da lei, que violam o direito internacional, o direito humanitário internacional”, disse ele.
A Reuters não conseguiu verificar nenhuma das contas.
Israel enfrentou duras críticas em novembro passado, quando as tropas invadiram pela primeira vez o hospital Al-Shifa. As tropas descobriram túneis que, segundo elas, foram usados como centros de comando e controle pelo Hamas.
O Hamas e a equipe médica negam que o hospital seja usado para fins militares ou para abrigar combatentes.
“O que acontece no Hospital Al-Shifa é um crime de guerra e faz parte da guerra de genocídio conduzida pela ocupação israelense”, disse o alto funcionário do Hamas, Basem Naim, que já serviu como ministro da Saúde.
*Reportagem de Maayan Lubell e Nidal al-Mughrabi; Edição de Kevin Liffey, Gareth Jones e Sharon Singleton