No dia a dia, isso se traduz como pressões indevidas sobre quem faz o trabalho, por exemplo, de separar o que pode ser comprovado do que é apenas espuma em depoimentos.
Segundo um dos investigadores do caso, o foco dos policiais do Rio é repetir o método da operação Élpis, de julho do ano passado, deflagrada duas semanas depois da homologação da delação de Élcio de Queiroz, motorista do carro de onde foram feitos os disparos que mataram Marielle e Anderson, sem que houvesse vazamento.
A Élpis tinha como alvo o ex-bombeiro Maxwell Simões Correa, o Suel, preso sob suspeita de ter sido o responsável por monitorar os passos da vereadora antes do assassinato.
A operação só foi deflagrada depois que a PF já tinha reunido um conjunto de evidências razoável a partir do confronto da delação de Élcio com elementos de corroboração, como localização de celulares dos suspeitos depois do crime.
Um desses “elementos de corroboração”, por exemplo, foi conseguir os dados de uma corrida de táxi pedida por telefone, após o crime. O dado foi fornecido não somente pelo delator, mas comprovado nos registros da cooperativa que enviou o taxista para a corrida.