BRAIP ads_banner

Indicador Antecedente de Emprego aponta para ritmo menor de contratações em 2025, diz FGV | Brasil

Redação
por Redação

O resultado do Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) de janeiro mostrou a disseminação do pessimismo a respeito de contratações nos três setores abarcados pela pesquisa. O IAEmp registrou a terceira queda seguida em janeiro, um recuo de 2,2 pontos, para 76,1 pontos, o menor nível desde os 75 pontos de novembro de 2023.

“A expectativa é que agora no começo do ano a gente comece a observar o efeito do aumento de juros que acontece desde o ano passado. É normal que as atividades desacelerem, mas nesse primeiro momento não parece ser algo que preocupe, que vá ter uma redução muito grande da população ocupada”, diz Tobler, que acrescenta que a disseminação das quedas no IAEmp de janeiro aponta que a economia pode estar perdendo ritmo e “naturalmente a os empresários ficam mais cautelosos.”

O IAEmp do mês passado apresentou recuo em seis de seus sete componentes. E o único que não caiu, ficou estável, sem crescimento. Os três indicadores relativos à Sondagem de Serviços caíram: o emprego previsto caiu 0,2%, enquanto a tendência dos negócios e a situação atual dos negócios caíram 0,4% cada uma. Oriunda da Sondagem do Consumidor, o emprego local futuro recuou 0,7%.

Ligadas à Sondagem da Indústria, a situação atual dos negócios caiu 0,2% e o emprego previsto caiu 0,3%, enquanto a tendência dos negócios ficou sem variação. “Esse resultado de janeiro é uma queda mais consistente, no sentido de ser mais disseminada, mais espalhada entre os indicadores que compõem o indicador, que busca antecipar algumas movimentações no mercado de trabalho”, diz Tobler.

O economista destaca que essa disseminação liga um “sinal de alerta”, mas pondera que o IAEmp traz uma leitura mais ligada ao emprego formal, uma vez que a pesquisa tem como base as sondagens de confiança do FGV Ibre, que compilam dados de empresas registradas.

Tobler diz que, mesmo nesse cenário, alguns setores ainda podem mostrar resiliência, como aqueles ligados à agropecuária, que aponta para um 2025, mais forte que o ano passado. “Quando a gente olha 2025, setores cíclicos tendem a desacelerar, mas a agropecuária pode acabar sendo um fator positivo. Ela não entra na nossa pesquisa [de antecedentes de emprego], mas a cadeia da agro acaba entrando”, ressalta. “Se de fato tivermos uma supersafra, o setor de serviços de transporte tende a se beneficiar, porque opera a logística da cadeia agropecuária, e a própria indústria de alimentos”, acrescenta.

Economista Rodolpho Tobler, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) — Foto: Leo Pinheiro/Valor

Fonte: Externa

BRAIP ads_banner

Compartilhe esse artigo