BRAIP ads_banner

HSBC dobra lucro com Brasil após aumento de capital | Finanças

Redação
por Redação

Oito anos após o HSBC vender sua subsidiária de varejo no Brasil, o lucro e a receita estão aumentando nos negócios de banco corporativo e de investimento.

“A gente mostrou resultados, então a minha expectativa é que a gente continue crescendo e sendo uma das alternativas de investimento futuro do HSBC”, disse ele em uma entrevista no escritório do banco britânico em São Paulo. “Continuaremos focando na disciplina de custos no Brasil, mas também precisamos ter alternativas de crescimento.”

O novo presidente global do HSBC, Georges Elhedery, está considerando uma grande reestruturação que pode incluir o corte de bilhões em despesas e o encerramento de alguns negócios. No mês passado, o banco concordou em vender sua unidade de banco corporativo sul-africano para o FirstRand após vender suas unidades de varejo e banco comercial nas Ilhas Maurício para a Absa em julho.

Mas os negócios estão crescendo no Brasil. No ano passado, o HSBC enviou à sua subsidiária na maior economia da América Latina R$ 500 milhões em capital, por meio de uma transação de dívida subordinada. Isso deixou a unidade com R$ 1,5 bilhão em capital.

Mas os R$ 26,8 bilhões em ativos locais do HSBC no Brasil ainda são uma pequena fração do total de R$ 150 bilhões que o banco tinha quando a venda da subsidiária foi anunciada em 2015. O banco também tem ativos com risco Brasil registrados no exterior, disse Guião, que preferiu não relevar o valor desses ativos.

Com 190 funcionários, o HSBC no Brasil tem uma carteira de empréstimos local e obteve uma licença de banco múltiplo, o que lhe permite oferecer gestão de caixa para os clientes. A subsidiária também tem um banco de investimento que coordena transações globais de mercado de capitais de ações e dívida, e um negócio de assessoria em fusões e aquisições que prioriza transações entre empresas de diferentes países.

O banco faz trading proprietário no Brasil e negocia câmbio, taxas de juros e derivativos para clientes. Dada sua forte presença na Ásia, também é um dos principais fornecedores de crédito ao comércio exterior, disse Guião.

Em uma rodada anterior de cortes de custos globais, o HSBC vendeu seu banco de varejo no Brasil em 2016 para o Bradesco por US$ 5,2 bilhões, mantendo uma pequena subsidiária de banco de investimento com cerca de 50 funcionários. Como parte do acordo, o banco sediado em Londres concordou com um período de não concorrência que terminou em dezembro de 2018, durante o qual tinha de realizar somente transações offshore.

“Como vendemos o banco inteiro para o Bradesco, a gente teve que reconstruir o banco do zero”, disse Guião.

O HSBC assessorou a Vale em uma transação anunciada em fevereiro, na qual a mineradora brasileira e o Sumitomo Metal Mining venderam um total de 14% da unidade de níquel da Vale na Indonésia para o governo do país do Sudeste Asiático por US$ 271 milhões.

O HSBC também está entre os bancos que ganharam um mandato para vender um “panda bond” de 1,2 bilhão de renminbis (US$ 171 milhões) da Suzano, a maior fabricante de celulose do mundo, disseram pessoas familiarizadas com o assunto em agosto.

Em junho, o Banco Mundial disse que deu ao HSBC um mandato para estruturar um título para ajudar nos esforços de reflorestamento na região amazônica brasileira. O título de principal protegido e valor nominal esperado de aproximadamente US$ 200 milhões foi projetado para fornecer financiamento inicial para iniciativas de reflorestamento selecionadas pela Mombak, uma empresa de remoção de carbono sediada no Brasil. Uma parte do retorno almejado do título será vinculada ao valor dos créditos de carbono gerados pelos projetos.

O HSBC no Brasil visa continuar atendendo grandes empresas com presença global, o que inclui multinacionais com operações no Brasil e empresas brasileiras com negócios em outras nações.

“Nosso foco são 600 grupos, dos quais 100 são empresas brasileiras”, disse Guião, acrescentando que clientes com operações em mais de um país geram de três a cinco vezes mais receita do que aqueles com apenas presença local.

Ele parabenizou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva por uma “política internacional muito boa,” na qual “ele consegue ser amigo da China, o maior parceiro comercial do Brasil, e dos Estados Unidos, o segundo maior,” apesar das tensões geopolíticas. E essa é uma das razões que colocam o país como uma boa alternativa de investimento, disse ele.

Não há planos de retornar ao negócio de varejo no país, de acordo com o executivo do HSBC, que disse que o banco lançou em fevereiro uma parceria com a Mastercard para começar a oferecer cartões corporativos aos seus clientes.

“Com nossa presença em mais de 60 países, queremos aumentar a conectividade do Brasil com o mundo e do mundo com o Brasil”, disse Guião. “Ao oferecer essa conectividade global, isso traz resultados muito melhores para o banco em todo o mundo.”

Fonte: Externa

BRAIP ads_banner

Compartilhe esse artigo